sexta-feira, novembro 22, 2024
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O Sol pode se tornar o telescópio mais poderoso já feito

Telescópios poderosos como o James Webb são incríveis feitos de engenharia. E se pudéssemos tirar proveito de um telescópio ainda melhor? Não seria um modelo convencional como o da imagem acima. Ele também nem teria uma lente, mas seria muito poderoso.

Este telescópio usaria o próprio Sol e permitira “enxergar” muito mais longe no espaço profundo.

Sol poderia funcionar como telescópio gigante

  • Apesar de não parecer uma lente ou espelho, o Sol tem muita massa;
  • Na teoria da relatividade geral de Einstein, objetos massivos curvam o espaço-tempo ao redor deles
  • Qualquer luz que esbarra na superfície do sol é desviada e, em vez de continuar em linha reta, segue em direção ao mesmo ponto focal;
  • O uso de lentes gravitacionais poderia auxiliar no envio de dados de longa distância.

Os astrônomos já usam esse efeito chamado lente gravitacional para estudar galáxias distantes. Quando a luz dessas galáxias passa perto de outras, a massa desse aglomerado amplifica a imagem de fundo, permitindo ver mais longe do que normalmente poderíamos.

(Imagem: Todd Condon Photography/Shutterstock)

A “lente gravitacional solar” teria uma resolução inacreditavelmente alta. Segundo o Space, é como se tivéssemos um telescópio espelhando a largura do sol inteiro. Um instrumento posicionado no ponto focal correto poderia aproveitar a deformação da gravidade do sol e permitir observar o universo distante — seria quase um milhão de vezes mais poderoso que o Event Horizon Telescope, que além de gerar imagens impressionantes de buracos negros, poderia avistar uma laranja na superfície da lua.

A ilustração abaixo monstra como a abordagem funciona:

Ilustração demonstra como lentes gravitacionais ao redor de uma estrela podem auxiliar na comunicação de longa distância. (Crédito da imagem: Reprodução/Dani Zemba/Penn State)

Também existem desafios em usar a lente gravitacional solar como um telescópio natural. Um deles é o ponto focal de curvatura de luz: 542 vezes maior que a distância entre a Terra e o Sol — e três vezes mais longe que onde se encontra a Voyager 1, a nave espacial que chegou mais distante já lançada pela humanidade.

No fim, além de enviar uma nave espacial ainda mais longe, ela também teria que ter combustível suficiente se mover após chegar no seu destino. As imagens criadas pela lente gravitacional solar seriam espalhadas por dezenas de quilômetros de espaço, então a nave espacial teria que escanear todo o campo em busca de “pedacinhos” até construir uma foto completa.

Afinal, o que o supertelescópio solar poderia fazer?

A lente gravitacional solar conseguiria fornecer um retrato detalhado da superfície de qualquer exoplaneta dentro de 100 anos-luz (sem falar em outras observações astronômicas). Seria melhor que qualquer telescópio que poderíamos construir pelas próximas centenas de anos, destaca o Live Science.

Embora possa parecer estranho, o conceito não está tão longe da realidade. Os planos para aproveitar o poder da lente solar surgiram nos anos 1970. Mais recentemente, astrônomos propuseram desenvolver uma frota de pequenos satélites que, uma vez no destino, coordenariam manobras para gerar uma imagem, enviando os dados de volta para processamento na Terra.

Via Olhar Digital

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