sexta-feira, novembro 22, 2024
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O que falta a polícia descobrir sobre a morte de delator do PCC

O assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach, conhecido por colaborar com investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), completa duas semanas nesta sexta-feira, 22. A polícia ainda investiga o crime, que permanece com detalhes para serem esclarecidos.

A força-tarefa encarregada de solucionar o caso identificou Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, como o suspeito que teria servido de olheiro, ao alertar os atiradores durante a ação criminosa.

A Polícia Civil de São Paulo oferece uma recompensa de R$ 50 mil para informações que levem ao paradeiro de Coelho. Gritzbach foi assassinado a tiros logo depois de sair do Aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil.

No momento do crime, outras três pessoas foram atingidas, entre elas Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, que não resistiu aos ferimentos. Novais era motorista de aplicativo, casado e pai de três filhos.

Câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens mascarados, em um Gol Preto, dispararam contra Gritzbach. O histórico do delator com o PCC era conturbado. Ele havia recebido ameaças de morte e era acusado de ordenar a execução de dois membros da facção: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.

Segundo a Folha de S.Paulo, a identificação de Kauê Coelho fortalece a tese de envolvimento do PCC no crime, conforme afirmam autoridades da segurança pública paulista. Contudo, até agora, não há provas concretas ligando o grupo ao assassinato.

Polícia investiga agentes

Olheiro do PCC, Kauê do Amaral Coelho; homicídio no Aeroporto de Guarulhos
Kauê do Amaral Coelho teria indicado quem era a vítima do ataque no aeroporto | Foto: Divulgação/SSP

A investigação também analisa o possível envolvimento de policiais civis mencionados na delação premiada de Gritzbach. Os policiais militares que faziam sua escolta pessoal também são investigados.

Há suspeitas de que o ataque possa estar vinculado a um pagamento de dívida na forma de joias avaliadas em R$ 1 milhão, recebidas por Gritzbach durante uma viagem ao Nordeste. Mesmo que a participação do PCC seja confirmada, isso não descarta a possível colaboração policial nem a ligação com as joias.

Kauê do Amaral Coelho, apontado como cúmplice, teria monitorado Gritzbach desde sua chegada ao aeroporto, dando o sinal para a ação dos atiradores. Uma operação para capturá-lo foi realizada, mas ele conseguiu escapar e ainda não foi localizado.

Os cinco policiais militares que faziam a segurança de Gritzbach estão sob investigação, mas até agora não foram encontradas provas de envolvimento direto. Quatro deles estavam em veículos blindados preparados para escoltar Gritzbach do aeroporto até sua casa.

Um quinto agente o acompanhou em uma viagem a Alagoas, onde ficaram por sete dias. Este policial estava presente no aeroporto durante o ataque, mas não reagiu, mesmo estando armado.

Em depoimento à Polícia Civil, ele admitiu ter fugido ao ouvir os disparos. Documentos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa mostram que os investigadores questionaram o policial sobre o motivo de ele não ter sido alvejado na emboscada. Ele sugeriu que os atiradores não tiveram oportunidade de atacá-lo.

Policiais não acompanharam delator do PCC

Além disso, câmeras de segurança capturaram um Volkswagen Gol preto, que circulava na área de embarque antes de estacionar atrás de um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), para aguardar a presença do delator do PCC | Foto: Reprodução/Redes sociais
Câmeras de segurança capturaram um Volkswagen Gol preto, que circulava na área de embarque antes de estacionar atrás de um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), para aguardar a presença do delator do PCC | Foto: Reprodução/Redes sociais

A polícia também investiga se houve de fato um problema mecânico em um dos veículos da escolta, como alegado pelos policiais. Segundo relatos, o veículo Amarok teve uma pane na ignição e impediu que três dos quatro agentes chegassem ao desembarque. Apenas um policial da escolta conseguiu seguir em um segundo carro, mas não chegou a tempo de impedir o crime.

Duas linhas principais de investigação são seguidas: uma possível vingança do PCC e uma queima de arquivo por parte de policiais. Além disso, a conexão entre as joias recebidas por Gritzbach e o crime está sob investigação.

As joias, avaliadas em R$ 1 milhão, seriam parte de um pagamento de dívida. A pessoa que entregou essas joias agora é considerada suspeita pelos investigadores.

A perícia do Instituto de Criminalística constatou que as armas usadas no crime foram um fuzil AK-47 calibre 7,62 e uma pistola 9 milímetros. Ao todo, 21 disparos foram efetuados pelos criminosos.

As armas foram encontradas em uma mochila abandonada em um terreno a 7 km do aeroporto, depois de uma denúncia anônima. No entanto, a origem desses artefatos ainda não foi esclarecida.

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Via Revista Oeste

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