Localizado próximo aos polos, o permafrost é uma camada de solo que permanece congelada por longos períodos – de onde vem seu nome, que significa “congelado permanentemente”. Mas, nos últimos anos, diferente do que o nome indica, o gelo do permafrost está desaparecendo. E isso pode trazer perigos que nós não conhecemos ainda.
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O termo “permafrost” é uma combinação de “permanent” (permanente) e “frost” (congelado). Essa condição é essencialmente uma forma de solo permanentemente congelado, com temperaturas abaixo de 0 graus Celsius por dois ou mais anos consecutivos. Mas a sua composição não é apenas solo congelado. O permafrost também é formado por gelo, água e muita matéria orgânica, mistura que forma a base de sustentação dos ecossistemas árticos.
Formado ao longo de milênios, o solo do permafrost comprime dezenas de milhares de anos de formas de vida que foram se decompondo e sendo misturadas às camadas de solo congelado. O gelo por sua parte cumpre dois papéis importantes.
Primeiramente, o papel diminuir a velocidade dessa decomposição, ao frear o metabolismo dos microrganismos envolvidos na deterioração da matéria orgânica. Outro papel importante do solo congelado é o de aprisionador de todo o carbono gerado por essa decomposição, transformando-se em um grande banco de carbono acumulado.
Permafrost: consequências
As mudanças climáticas têm atingido as zonas de permafrost global de maneira bastante agressiva e isso pode trazer perigos não só para o meio ambiente, mas para a vida humana em geral.
Com o aumento das temperaturas médias globais, as regiões de permafrost estão começando a descongelar, liberando quantidades significativas de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄). Esses gases estavam armazenados no solo congelado por milhares de anos, acumulando-se a partir da decomposição de matéria orgânica.
À medida que o solo aquece, a matéria orgânica que estava congelada por milhares de anos volta a se decompor em ritmo acelerado. Esse processo libera gases de efeito estufa na atmosfera, o que piora o ritmo do aquecimento global. Criando um ciclo perigoso para o controle das temperaturas do planeta.
Nesse contexto o metano representa o maior perigo. Apesar de ser relativamente menos falado do que o dióxido de carbono, o metano é resultado principalmente da decomposição da matéria orgânica e possui uma maior eficiência na captura de calor, o que no contexto do efeito estufa não é nem um pouco interessante para o planeta.
Mas, para além do aquecimento global, o descongelamento do permafrost traz perigos também para a ocupação humana na região. Além de ameaçar o próprio equilíbrio geográfico das zonas cobertas pelo solo congelado. À medida que o gelo presente no solo derrete, o solo perde sua coesão e estrutura, levando a afundamentos na paisagem.
Comunidades que dependem do permafrost sólido para suportar estruturas e estão particularmente ameaçadas. Casas, escolas e outras instalações construídas sobre o permafrost podem sofrer danos irreversíveis à medida que o solo descongela e se torna mais instável.
Não há como manter o permafrost congelado sem um trabalho contínuo pela desaceleração do aquecimento global. As metas atuais de frear o aumento da temperatura em apenas 1,5 °C podem não ser suficientes para salvar os ecossistemas que dependem do permafrost permanentemente congelado.
Sendo assim, só um grande esforço global conseguirá parar essa catástrofe anunciada, que pode trazer ainda mais aquecimento para um mundo que já está tão quente.