Quem acompanha as notícias de meio ambiente e tecnologia, já deve ter se deparado com um tal de hidrogênio verde. Em meio de um esforço mundial para a transição energética de uma base fóssil, para combustíveis limpos, essa nova forma de produzir hidrogênio tem se destacado. Vamos conhecer um pouco mais do que é o hidrogênio verde e seus impactos na nossa vida?
{{#values}}
{{#ap}}
{{/ap}}
{{^ap}}
{{/ap}}
{{/values}}
O hidrogênio comum desempenha um papel significativo na mudança energética devido às suas diversas aplicações potenciais. Por ser o elemento químico mais abundante no universo, o hidrogênio tem a capacidade de se tornar uma fonte de energia versátil, empurrando a descarbonização de vários setores produtivos.
Entre as aplicações possíveis para o hidrogênio estão o fornecimento de energia para veículos, células de combustível, fabricação de amônia e outros produtos químicos. Porém, o hidrogênio comum é predominantemente obtido atualmente a partir de fontes não renováveis, como gás natural ou carvão, por meio de processos de reforma a vapor ou gaseificação, o que gera abundância de emissões de carbono.
O que é hidrogênio verde (H2V)?
O hidrogênio verde, também conhecido como H₂V, está se destacando em meio aos esforços globais para a descarbonização. Ao ser produzido através da eletrólise da água, utilizando eletricidade proveniente de fontes renováveis. O H₂V proporciona uma redução significativa das emissões de gases nocivos ao meio-ambiente – principalmente, se comparado com o hidrogênio tradicional, conhecido como hidrogênio cinza.
O principal objetivo do hidrogênio verde é contribuir para conter o aquecimento global a 1,5 °C, reduzir a dependência de combustíveis fósseis ao substituir o hidrogênio cinza e proporcionar uma ampla gama de usos em diversos setores econômicos. Por serem o mesmo elemento, as aplicações do hidrogênio verde são as mesmas do hidrogênio tradicional.
Mas, embora possua um grande potencial para contribuir para a descarbonização, o uso do hidrogênio verde é bastante limitado. Até 2021, o uso de hidrogênio verde representava menos de 0,04% da produção total de hidrogênio devido principalmente ao seu custo mais elevado em comparação com o hidrogênio derivado de fontes fósseis.
A extração do hidrogênio verde tende a ser mais cara do que a do hidrogênio convencional devido à tecnologia envolvida no processo de eletrólise. No H₂V, a eletricidade renovável é utilizada para decompor a água em hidrogênio e oxigênio. Para a obtenção desse produto através da eletrólise é necessária montagem de uma grande infraestrutura, o que encarece o início da produção.
Existe uma previsão otimista que indica a redução dos custos de produção de H₂V. Alguns analistas inclusive indicam que entre 2030 e 2050 os preços serão bastante competitivos com relação ao hidrogênio cinza.
A redução de 60% nos custos dos eletrolisadores de 2010 a 2022 é um indicativo dessa tendência. Analistas preveem que, se o preço atingir US$ 2 por quilo, o hidrogênio verde se tornará competitivo em relação ao hidrogênio cinza.
Quais as vantagens e desvantagens do hidrogênio verde?
Como toda tecnologia em desenvolvimento, o hidrogênio verde tem diante de si várias oportunidades de uso idealizadas. Além de apresentar uma série de vantagens que o destacam como uma opção promissora na busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis – entre elas está a sua própria forma de obtenção. Ao usar eletricidade renovável, o hidrogênio verde reduz quase completamente a sua emissão de carbono.
Além de não emitir carbono, o hidrogênio verde é extremamente versátil, podendo ser empregado em uma grande variedade de setores e com potencial de se tornar uma matéria-prima essencial para a obtenção de energia limpa em futuro próximo. É essa facilidade de se adaptar a diferentes demandas energéticas que contribui para o H₂V seja uma ferramenta essencial na transição para uma matriz energética mais diversificada e sustentável.
Porém, o hidrogênio verde também enfrenta desafios, com destaque para o custo inicial de produção. A necessidade de infraestrutura que seja totalmente neutra em emissões contribui para tornar o hidrogênio verde mais caro de se obter no momento.
Outro problema é relacionado com a própria eficiência energética de sua produção. O processo de fabricação do H₂V pode resultar em grandes perdas de energia, especialmente se eletricidade que o alimenta não for gerada de maneira eficiente, o que levanta questões sobre a nossa capacidade tecnológica atual para abarcar essa demanda.
Mas, apesar de tudo, o hidrogênio verde segue ganhando relevância. Em um mundo que está correndo contra o tempo para frear as mudanças climáticas, uma matriz energética como o H₂V é crucial.
À medida que as tecnologias avançam e os custos de produção diminuem, é possível que sigamos vendo o hidrogênio verde sendo cada vez mais adotado ao redor do globo. Que, se tudo der certo, vai estar um pouco menos quente.