Investigadores descobriram mais de 5.500 exoplanetas nos últimos 30 anos e a sua extraordinária diversidade continua surpreendendo os astrônomos e as pessoas no mundo todo. Fatos curiosos como a Ressonância orbital ainda revelam como o universo se integra perfeitamente e como os planetas se conectam entre si.
Entre outras coisas, esses episódios mostram esses corpos planetários se alinhando de forma natural e única. Entenda agora, o que é exatamente a ressonância orbital e como ela funciona.
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O que é ressonância orbital?
Basicamente, os astrônomos usam o termo ressonância orbital para descrever a maneira como os planetas podem afetar uns aos outros gravitacionalmente quando suas órbitas se alinham de maneira regular.
Em mais detalhes, é quando cada par de planetas completa suas órbitas em tempos que são as proporções de números inteiros, permitindo que os planetas se alinhem e exerçam um empurrão e uma atração gravitacional um sobre o outro durante sua órbita.
Desta forma, esse tipo de alinhamento gravitacional é chamado de ressonância orbital e é simplesmente a harmonia entre planetas distantes.
Como a ressonância orbital acontece?
A ressonância orbital acontece quando planetas ou luas têm períodos orbitais que são proporções de números inteiros. Sendo assim, o período orbital é o tempo que um planeta leva para dar uma volta completa em torno da estrela.
Deste modo, dois planetas orbitando uma estrela estariam em ressonância 2:1 como se um planeta levasse o dobro do tempo para orbitar a estrela. No entanto, a ressonância orbital pode ser vista em apenas 5% dos sistemas planetários.
De acordo com um artigo do site, Earthsky.org, no sistema solar, Netuno e Plutão estão em ressonância 3:2. Há também uma ressonância tripla, 4:2:1, entre as três luas de Júpiter, Ganimedes, Europa e Io. No tempo que Ganimedes leva para orbitar Júpiter, Europa orbita duas vezes e Io orbita quatro vezes.
O que a Ressonância orbital faz?
Quando a ressonância orbital acontece, ela pode alterar a forma como a gravidade influencia dois corpos, acelerando e, depois, desacelerando, para estabilizar no seu caminho orbital e, por vezes, fazer com que os planetas tenham as suas órbitas interrompidas.
Desta forma, para os planetas, o impulso pode mantê-los em suas trajetórias orbitais, mas provavelmente é mais possível apostar na probabilidade maior, que é a de interromper suas órbitas.
No caso de exoplanetas (planetas fora do sistema solar), há impressionantes exemplos de ressonância, com mais de dois objetos ou entre “cadeias” ressonantes envolvendo três ou mais objetos.
A anã vermelha Kepler 80 tem cinco planetas com proporções de 9:6:4:3:2, e TOI 178 tem seis planetas, dos quais cinco estão em uma cadeia ressonante com proporções de 18:9:6:4:3. A estrela Gliese 876 tem três planetas com proporções de períodos de órbita de 4:2:1, assim como as três luas de Júpiter. Kepler 223 tem quatro planetas com proporções de 8:6:4:3.
No entanto, as cadeias ressonantes são raras e apenas 1% de todos os sistemas planetários as apresentam. Segundo os astrônomos, os planetas se formam em ressonância, mas pequenos impulsos gravitacionais provenientes de estrelas que passam e de planetas errantes apagam a ressonância ao longo do tempo.