sexta-feira, novembro 22, 2024
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O que é “cyberpunk” e qual a diferença de hackers?

O termo cyberpunk, em um primeiro momento, pode parecer um termo nascido da tecnologia e, por vezes, até confundido com outro termo muito usado na área, o hacker. Para quem não tem familiaridade com esse universo, a confusão é compreensível. Mas a seguir, vamos explicar o significado de cyberpunk e de onde ele surgiu.

Muito se pode dizer sobre cyberpunk, mas antes de entrar na tecnologia, o termo surgiu na literatura. Mais especificamente do gênero de ficção científica. O termo é uma combinação de “cyber” (cibernética) e “punk” (movimento caracterizado pela contestação e desprezo pelos valores sociais).

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Qual a origem do cyberpunk?

O cyberpunk é um movimento literário que surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. É uma ruptura com a ficção científica padrão, pois vai contra ideias de otimismo, iluminismo e utopia. Apresenta uma visão underground da sociedade, de contracultura, que foge dos padrões impostos anteriormente, considerado uma narrativa tipicamente pós-moderna. 

O cyberpunk combina várias tendências narrativas, como os clássicos da ficção científica do século 20 (romances como “1984” de Orwell e “Um mundo feliz” de Huxley), assim como alguns romances policiais e outros semelhantes como o movimento Steampunk. 

O escritor Bruce Bethke cunhou o termo “cyberpunk” em 1980, para o seu conto “Cyberpunk”. O conto foi publicado em 1983 na revista Amazing Science Fiction Stories. Rapidamente foi adotado por outros escritores, como William Gibson, Bruce Sterling, John Shirley, Rudy Rucker, Michael Swanwick, Pat Cadigan, Lewis Shiner e Richard Kadrey. 

O termo cyberpunk também foi usado para designar o movimento da ficção científica dos anos 80, proposto por Gardner Dozois, editor da Isaac Asimov Magazine, a partir de uma história homônima de Bruce Bethke. 

A chegada do termo na tecnologia

O cyberpunk como um subgênero da ficção científica se centra em “alta tecnologia e baixa qualidade de vida”. O argumento da ficção cyberpunk geralmente tem como base um conflito que envolve hackers, inteligências artificiais e megacorporações, num futuro próximo. 

Os cyberpunks são outsiders, criminosos, visionários da tecnologia. Os cyberpunks reais são os Hackers, Crackers, Phreakers, Ravers, Zippies, cypherpunks e Extropians13. 

Como palavra originada a partir da cibernética, traz uma visão de universo underground da sociedade, ou seja, visão de contracultura, pois foge dos padrões impostos na intenção de obter novos espaços para expressão.

O cyberpunk é uma subcultura híbrida que resulta da fusão de duas subculturas juvenis: os hackers e os industrial (rivetheads). Talvez por esse motivo, seja confundido com um termo muito mais conhecido desse cenário, que é o hacker.

Cyberpunk x hacker

Imagem mostra universo cyberpunk na tecnologia futurista
Imagem: Cottonbro Studio / Pexels

No universo cyberpunk, o futuro se apresenta como distópico e dominado pela tecnologia, que é usada para controlar a sociedade e oprimir as pessoas. A principal característica do cyberpunk é a crítica ao capitalismo sem controle, a dominância das grandes corporações sobre as pessoas e a dependência do ser humano com relação às máquinas.

O mundo cyberpunk é um lugar sinistro, sombrio, onde a corrupção e computadores conectados à internet dominam todos os aspectos da vida cotidiana. Quase sempre empresas multinacionais gigantescas substituíram os governos como centros de poder político, econômico e mesmo militar.

Já os hackers entram nessa historia como personagens centrais porque muitas vezes são os únicos que possuem as habilidades e o conhecimento para lutar contra as poderosas corporações e governos que controlam o mundo.

Como é um termo mais geral, hacker pode se referir a qualquer pessoa que usa computadores para obter acesso não autorizado a dados ou sistemas. Os hackers podem ser motivados por vários fatores, incluindo curiosidade, ganho financeiro ou ativismo político. Embora alguns hackers sejam maliciosos e usem suas habilidades para cometer crimes, outros são éticos e usam suas habilidades para ajudar as pessoas ou para melhorar a segurança.

Em resumo, cyberpunk é um gênero de ficção, enquanto hacker é um termo mais geral que pode se referir a uma atividade no mundo real. No entanto, os hackers são frequentemente apresentados em histórias cyberpunk, e os dois termos são frequentemente usados ​​de forma intercambiável.

Cibernéticos que vão além

Capa do livro Neuromancer, de William Gibson
Capa do livro Neuromancer, de William Gibson, que aborda o universo cyberpunk Imagem: Reprodução

Com tantas variações, o termo cyberpunk tem origem na cibernética e representa uma visão underground da sociedade. O movimento cyberpunk é uma subcultura que incorpora a cibernética e as tecnologias de informação e comunicação. O movimento cyberpunk também é considerado um ativismo da cultura hacker, que tem como objetivo usar a tecnologia para promover a liberdade de expressão. 

O termo cyberpunk saiu do gueto literário e passou a ser usado na mídia e nos estudos de cibercultura. A mídia enfatizou a relação entre o cyberpunk e os hackers. O escritor William Gibson, considerado o precursor do movimento cyberpunk, utiliza muitos termos ligados à tecnologia, principalmente da programação de computadores e dos hackers, para criar uma linguagem própria. O livro Neuromancer, de Gibson, conta a história de Case, um cowboy do ciberespaço e hacker da matrix. 

Mas podemos encontrar referências ao termo no mundo da música e dos jogos, por exemplo. A música industrial é uma música que expressa raiva contra racistas, homofóbicos e sexistas. Alguns Rivetheads podem ter sido introduzidos ao gênero pelo grupo de Industrial Rock Nine Inch Nails. Assim como o movimento punk também permeia no universo musical.

No jogo de ação e aventura de RPG Cyberpunk 2077, o jogador assume o papel do mercenário “V”, com habilidades de combate e de hacker. O jogador pode usar hacks rápidos para afetar inimigos ou aparelhos. O hacking é uma opção de jogabilidade útil que oferece a capacidade de coletar informações à distância, afetar redes e manipular grupos de objetos e inimigos. O jogo decorre em Night City, uma megalópole obcecada por poder, glamour e modificações corporais.

Via Olhar Digital

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