O Mar Mediterrâneo pode desaparecer um dia. Se você ficou surpreso com essa afirmação, pode ser que a surpresa seja ainda maior quando dissermos que essa, no entanto, não será a primeira vez que isso acontece.
A boa notícia? Isso pode demorar muitos e muitos anos para acontecer, como afirma o IFLScience.
Como o Mediterrâneo pode sumir?
A Terra é coberta de placas tectônicas que se movimentam ao longo dos anos em uma velocidade superlenta, seguindo o fluxo das correntes de convecção estabelecidas pelo magma pastoso que compõe o manto terrestre.
Da mesma maneira que aconteceu em outros milhares de anos, a disposição dos continentes como conhecemos hoje irá mudar.
Duas grandes placas – a placa africana da Núbia e a placa eurasiana, próximas ao Mar Mediterrâneo – serão as responsáveis por varrer da face terrestre todos os aproximados 2,5 milhões km² desse mar.
Essa grande colisão se iniciou há cerca de 100 milhões de anos e está fechando gradualmente as bacias oceânicas entre elas.
Prova de que essas placas estão em movimento e em rota de colisão é a existência da cordilheira dos Alpes, na Europa: ela é um dos resultados desse choque.
Mas, como a taxa de movimento é de meros milímetros por Terra, ainda há muita terra para ser movimentada, antes que o Mar Mediterrâneo fique preso entre as duas placas – o que ocasionalmente deve formar um novo supercontinente.
Assim, nessa nova configuração, a Europa de hoje poderia deslizar para baixo da placa africana e, assim, o Mediterrâneo deixaria de existir.
O Mediterrâneo já desapareceu milhões de anos atrás
Apesar da nova configuração prevista, muita coisa pode mudar – afinal, é bastante complexo prever com acurácia como um supercontinente irá se estabelecer, considerando os milhões de anos entre hoje e a data que realmente alguma coisa irá se concretizar.
No entanto, historicamente sabe-se que o Mar Mediterrâneo está em uma posição ruim e que há quase 6 milhões de anos o mar já não podia ser chamado assim.
À época, a Terra teve um evento chamado “crise de salinidade messiniana”.
Nesse evento, um distúrbio nos níveis do mar impediu que o Oceano Atlântico desaguasse no Mediterrâneo pelo Estreito de Gibraltar.
Sem água, o Mediterrâneo se transformou em uma vasta bacia salgada e permaneceu assim por cerca de 500 mil anos.