A Polícia Civil de Alagoas investiga a possível conexão de Albino Santos de Lima, conhecido como o serial killer de Maceió, com outras mortes.
O homem já confessou a autoria de oito homicídios, mas as autoridades reuniram provas que o vinculam a outros dois assassinatos, o que eleva o total para dez. Caso as suspeitas sejam confirmadas, o número de vítimas pode chegar a 18.
“Tecnicamente falando, a gente ainda tem oito casos, na verdade oito mortes, que ele pode ter envolvimento”, disse a delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, nesta quarta-feira, 20.
Albino foi preso no dia 17 de setembro em sua residência, no bairro da Ponta Grossa, em Maceió, mesma região onde os crimes foram cometidos. Um exame balístico confirmou que dez das vítimas foram mortas com tiros disparados pela arma apreendida com ele durante a prisão.
Essas dez mortes ocorreram em um intervalo de menos de um ano, nos bairros do Vergel do Lago e na Ponta Grossa, ambos na periferia da capital de Alagoas. Todas as vítimas tinham entre 13 e 25 anos.
Já os outros oito assassinatos, cuja autoria ainda está sob investigação, foram cometidos entre 2019 e 2020 em outra área da cidade, onde Albino residia naquele momento.
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As suspeitas de envolvimento de Albino em outros homicídios se fortaleceram com a descoberta de seu modus operandi peculiar. “Ele tinha o padrão de marcar no calendário a data dos homicídios que ele praticava”, explicou a delegada. “Nessa análise feita no aparelho telefônico dele, surgiram outros homicídios praticados na parte alta de Maceió nos anos de 2020 e 2019.”
Em depoimento, Albino confessou que monitorava as vítimas pelas redes sociais e alegou que todas faziam parte de uma organização criminosa. No entanto, as investigações mostraram o contrário. “Identificamos dez vítimas e nenhuma delas tem envolvimento com facção criminosa”, reitera Tacyane.
“Resolvi ser um justiceiro, um Charles Bronson [personagem do filme Desejo de Matar, de 1974], fazer um bem para a sociedade, um bem para a humanidade”, afirmou o depoente. “Então, por livre e espontânea vontade, como sou um homem tático, tenho vários cursos, vários conhecimentos, fiz todo o planejamento.”
Seu advogado, Geoberto de Luna, afirmou que buscará provar que o cliente é um sociopata. “Por enquanto, ele está sendo tratado como um preso comum, mas vou tentar demonstrar, por meio de laudos, que ele não tem plena capacidade mental”, declarou. “Assim, ele seria considerado inimputável. A mente dele funciona como a de uma pessoa doente, de um sociopata.”
Caso Albino seja considerado inimputável, poderá ser encaminhado para tratamento em unidades de saúde, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), ou até mesmo permanecer com a família. Isso ocorre porque, conforme resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os manicômios judiciários no Brasil não estão mais autorizados a receber presos.