quinta-feira, julho 4, 2024
InícioGeralNúmero de queimadas no Pantanal aumenta 1.500% em junho -

Número de queimadas no Pantanal aumenta 1.500% em junho –

Os focos de incêndio no Pantanal aumentaram 1.500% de 2023 para 2024, considerando o período de janeiro até 17 de junho. Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

De janeiro a maio deste ano, 1.276 km² pegaram fogo, uma área equivalente a 178,7 mil campos de futebol. Com quase 1,3 mil focos, a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, concentra a maior parte dos incêndios — no bioma e no país em 2024.

As mais de 2,2 mil queimadas registradas pelo Inpe no Pantanal até meados deste mês se aproximam do patamar de 2020 na mesma época. Naquele ano, 26% da extensão do bioma pantaneiro pegou fogo, com 2,3 mil focos até junho. Foi até hoje a maior devastação já registrada no bioma.

Levando em conta somente o mês de junho de cada ano, porém, o cenário de 2024 é ainda mais preocupante: até 18 de junho de 2024, houve 1.434 focos, contra 406 em todo o mês de junho de 2020.

Como resposta, os governos estaduais anunciaram investimentos e a proibição do uso do fogo nas propriedades. Já o governo federal criou uma sala de situação interministerial.

Nas redes sociais, dezenas de vídeos mostram as queimadas em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso.

Mais quente e seco

O baixo volume de chuvas colocou a região em alerta já no fim do ano passado, mas não houve nenhuma ação mais efetiva do governo. A Bacia do Rio Paraguai enfrenta uma seca recorde, com escassez hídrica declarada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em maio. Com isso, o bioma não conseguiu atingir sua cota de cheia. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou a situação como inédita.

Além da seca, a previsão de temperaturas acima do normal na região até agosto agrava o risco de que o fogo continue a se espalhar. Os incêndios no bioma tradicionalmente se concentram entre agosto e outubro, com um pico em setembro.

O país deve passar a sentir a incidência do La Niña, efeito do resfriamento das águas do Pacífico. Segundo especialistas, seus impactos sobre o Centro-Oeste podem variar, mas o fenômeno esteve associado à forte seca no Pantanal em 2020.

O que governos estão fazendo para combater as queimadas no Pantanal

Em nota, o governo de Mato Grosso informou ao Estadão que antecipou o período proibitivo de uso do fogo no Pantanal e que lançou na segunda-feira 17 a operação de combate aos incêndios.

O governo de MT também declarou investir R$ 74,5 milhões para a execução do Plano de Ação de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais e do Plano de Prevenção e Combate ao Fogo no Parque Estadual Encontro das Águas.

Assim como o Estado vizinho, o governo de Mato Grosso do Sul também disse ter proibido a queima controlada nas propriedades e diz estar atuando com força total no combate aos incêndios na porção sul do bioma, que integra o território do Estado com 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros, que contam com o apoio do Ibama e de brigadas privadas.

Afirmou ainda estar monitorando a evolução dos focos e trabalhando para identificar e autuar os responsáveis por iniciar os focos.

O governo federal anunciou na sexta-feira 14 uma sala de situação para ações de prevenção e controle dos incêndios e secas em todos os biomas, com foco inicial no Pantanal.

Ao Estadão, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a atuação da sala está focada na prevenção e no combate aos incêndios, na responsabilização dos autores de queimadas criminosas e no apoio e abastecimento da população impactada.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado



Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui