O número de áreas queimadas no Brasil quase dobrou neste ano, em relação a 2023. Segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas, 29,7 milhões de hectares foram incendiados. Isso representa um crescimento de 90%, o que configura a maior extensão dos últimos seis anos.
A Amazônia foi a região mais afetada, com 57% do total nacional. No bioma, 16,9 milhões de hectares foram queimados, sendo 7,6 milhões de florestas.
No cerrado, o fogo consumiu 9,6 milhões de hectares, com 85% em vegetação nativa, 47% acima da média dos últimos cinco anos.
Impactos das queimadas em diferentes biomas
O Pantanal também registrou aumento. Ao todo, 1,9 milhão de hectares foram afetados — 68% acima da média quinquenal anterior.
A Mata Atlântica, por sua vez, teve 1 milhão de hectares queimados, com 71% em áreas agropecuárias, enquanto a caatinga apresentou uma redução de 49% em relação a 2023.
O Pará liderou as áreas queimadas. O Estado totalizou 6,97 milhões de hectares, 23% do total nacional e 41% da Amazônia.
Mato Grosso e Tocantins tiveram 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares queimados, respectivamente. Esses Estados somaram 56% da área total queimada no país.
Cidades mais afetadas
São Félix do Xingu, no Pará, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, registraram 1,47 milhão e 837 mil hectares queimados, respectivamente.
Somente em novembro de 2024, o fogo atingiu 2,2 milhões de hectares no Brasil, área semelhante ao Estado de Sergipe. A Amazônia concentrou 81% das queimadas do mês, com 1,8 milhão de hectares, quase metade no Pará. Maranhão e Mato Grosso seguiram, com 477 mil e 180 mil hectares incendiados, respectivamente.
No cerrado, 237 mil hectares foram queimados em novembro, 74% em vegetação nativa, especialmente savânicas e florestais. No Pantanal, foram 98 mil hectares, 87% em áreas campestres.
Na Mata Atlântica, 12,5 mil hectares foram queimados, principalmente em várzeas. No pampa, foram 3,3 mil hectares.