Depois de 11 dias do devastador terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar, o número de mortes subiu para 3,4 mil, conforme informou a mídia estatal do país, no último domingo, 6. Este foi o tremor mais forte já registrado em Mianmar, ocorrido em 28 de março.
Os impactos do terremoto também foram sentidos na vizinha Tailândia e no sudoeste da China. Além dos mortos, 4,6 mil pessoas ficaram feridas e outras 214 permanecem desaparecidas, de acordo com os dados mais recentes divulgados.
Na Tailândia, o terremoto resultou em 24 mortes, sendo que 17 ocorreram em um arranha-céu em construção em Bangcoc, que desabou durante o evento sísmico. As autoridades locais seguem na busca por 77 pessoas ainda desaparecidas no local do acidente.
As equipes de resgate continuam a procurar sobreviventes, mas enfrentam dificuldades por causa das chuvas intensas que atingiram a região no fim de semana. Agências humanitárias alertam que a combinação de chuvas fora de época e calor extremo pode provocar surtos de doenças, como cólera, entre os desabrigados e sobreviventes que estão em condições precárias.
Países vizinhos enviam ajuda depois de terremoto
Em resposta à catástrofe, diversos países vizinhos, como China, Índia e outras nações do Sudeste Asiático, enviaram suprimentos de socorro e equipes de resgate para auxiliar nos esforços de recuperação das áreas afetadas. Essas regiões abrigam cerca de 28 milhões de pessoas.
Os Estados Unidos prometeram pelo menos US$ 9 milhões em assistência para apoiar as comunidades atingidas pelo desastre natural.
Em Mianmar, a situação é agravada pela instabilidade política e econômica decorrente do golpe militar de 2021, que destituiu o governo da então líder Aung San Suu Kyi. Desde então, o país enfrenta uma crise humanitária com mais de 1/3 da população necessitando de assistência. A ONU informa que a guerra civil que se seguiu ao golpe deslocou mais de 3 milhões de pessoas e gerou insegurança alimentar generalizada.
Apesar de um cessar-fogo ter sido declarado, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusa a junta militar de restringir a entrega de ajuda em áreas que não apoiam seu governo. Além disso, estão sendo investigadas denúncias de ataques realizados pela junta contra opositores.