quarta-feira, setembro 18, 2024
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Núcleo da Terra: novas evidências mostram mais detalhes sobre a camada sólida do planeta

Apesar de termos muitas informações sobre a Terra, ainda há muitas mais coisas a serem descobertas – assim como quase tudo o que sabemos hoje sobre o universo. Nesse sentido, uma nova pesquisa mostra novos detalhes sobre o núcleo da Terra

As evidências foram publicadas na ScienceAdvances, em um artigo de coautoria dos pesquisadores Xiaolong Ma e Hrvoje Tkalčić, da Escola de Pesquisa em Ciências da Terra, da Universidade Nacional Australiana, em Camberra, na Austrália.

O que se sabe sobre a composição do núcleo da Terra hoje

O que se sabia anteriormente sobre o núcleo da Terra? Com seus quase 7 mil quilômetros de diâmetro, o núcleo da Terra seria composto por duas partes.

A primeira delas, a externa, seria feita quase que em sua totalidade de ferro (90%) e níquel (10%) e teria uma textura mais líquida, porém viscosa.

Já a outra metade, a parte interna, seria sólida, já que a temperatura por ali seria de cerca de 5 mil graus Celsius – o que faz com que os elementos ali presentes (que também seriam majoritariamente ferro e níquel) se apresentem nesta versão mais densa.

Este núcleo líquido, aliás, é o responsável por um campo magnético, que se forma em um processo conhecido pelo nome de geodínamo.

Representação artística do núcleo interno da Terra. Crédito: pixelschoen – Shutterstock

O que poderia ter mudado, então?

Pesquisas anteriores argumentaram que a água da superfície terrestre se locomove de forma bastante lenta rumo ao núcleo.

Com esse processo, além de algumas reações químicas, cria-se uma fina camada ao redor do núcleo externo.

Graças às ondas sísmicas produzidas por terremotos, os pesquisadores da universidade australiana estão agora discutindo uma visão diferenciada desse núcleo – não a parcela externa dessa camada, mas sobre como seria a parte interna dela.

Agora, os pesquisadores acreditam que essa região se apresenta mais como uma “rosquinha”.

Para realizar a observação, os pesquisadores usaram a chamada “coda-correlation”, uma correlação que cruza os registros sísmicos feitos horas e horas depois da origem de um terremoto. 

Fazendo essa correlação, os especialistas Xiaolong Ma e Hrvoje Tkalčić puderam identificar sinais de reverberação das camadas mais profundas da Terra, mas também identificaram que alguns sinais no equador são diferentes de sinais registrados em latitudes mais altas.

Daí veio a ideia de que a camada é, na verdade, uma “rosquinha”.

Portanto, a hipótese estudada é de que esse formato se cria por conta do núcleo externo, que estaria transferindo mais calor nesta região do que em qualquer outro lugar.

Em última instância, esse estudo também é interessante do ponto de vista de entender como esse novo formato poderia interferir na formação do campo magnético terrestre.

Via Olhar Digital

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