A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) confirmou recentemente que adquire registros de data brokers, que detalham quais sites e aplicativos os cidadãos americanos usam.
A revelação, trazida à tona pelo senador democrata Ron Wyden na última quinta-feira (25), segue-se à pressão exercida sobre o FBI no ano passado, que também admitiu a compra de dados sensíveis dos americanos.
A admissão da NSA levantou questões sobre privacidade e o uso legítimo de dados pessoais. Com isso, o senador Wyden pede que todas as agências de inteligência cessem a compra de dados pessoais dos americanos que possam ter sido obtidos ilegalmente. Ele argumenta que o governo dos EUA não deve financiar nem legitimar uma indústria que viola claramente a privacidade dos cidadãos americanos.
Além disso, Wyden está pressionando para que os órgãos de inteligência concordem em inventariar e depois eliminar imediatamente dados que tenham sido coletados ilegalmente de cidadãos americanos.
Segundo Wyden, é possível que os grupos de inteligência estejam ajudando data brokers a violar uma ordem da Comissão Federal de Comércio (FTC), que exige o consentimento claro antes da venda de usuários a terceiros. Ele observou que, em sete anos de investigação sobre data brokers, não encontrou nenhuma empresa que fornecesse tal aviso aos usuários antes de coletar seus dados.
Em um caso recente de venda de dados pessoais, a FTC chegou a um acordo com o data broker X-Mode, que admitiu vender dados confidenciais de localização sem o consentimento dos usuários e mesmo depois que usuários revogaram o consentimento.
Segundo o Ars Technica, o acordo da FTC não se trata de uma nova regra, mas de uma sinalização da comissão a respeito de quais práticas violam leis existentes. Ainda assim, a comissão não comentou se sua ordem se aplica à compra de dados por agências de inteligência e a dados de americanos coletados fora do país.