quarta-feira, setembro 11, 2024
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Novos diálogos revelam irritação de juízes de Moraes com Estados Unidos e Interpol

O gabinete de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, está insatisfeito com a postura da Interpol e do governo dos Estados Unidos no caso de Allan dos Santos, jornalista investigado por milícias digitais e fake news. É o que revela uma troca de mensagens de juízes instrutores de Moraes realizada em 2022.

Allan dos Santos, alvo de um mandado de prisão preventiva expedido por Moraes e considerado foragido, foi recentemente alvo de nova ordem de prisão por crimes contra a honra, obstrução de Justiça e ameaça. Moraes havia determinado sua prisão, inclusão na difusão vermelha da Interpol e extradição dos EUA em outubro de 2021, depois que Allan se mudou para o país.

Discussões de membros do gabinete de Moraes

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, As mensagens revelam que, em novembro de 2022, os juízes Airton Vieira, braço direito de Moraes no STF, e Marco Antônio Vargas, do gabinete da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), discutiram a falta de resposta da Interpol e dos EUA. Procurado pela publicação, o gabinete de Moraes disse que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”.

A insatisfação aumentou depois de Allan aparecer em vídeos durante uma manifestação contra ministros do STF em Nova York. “Peça para o Airton falar com a PF sobre o alerta vermelho”, dizia uma mensagem de Vargas. Airton respondeu que já havia acionado a Interpol no Brasil, Washington e o adido brasileiro.

Interpol não inclui Allan dos Santos no alerta vermelho

A Interpol em Lyon, França, não incluiu Allan dos Santos no alerta vermelho, o que, segundo Airton, pode ter motivação política. “Isso fez com que Allan dos Santos não fosse preso até agora”, afirmou Airton Vieira.

“Tudo o que podíamos fazer foi feito, seguimos todo o trâmite”, disse. “Mas a Interpol em Lyon engavetou o pedido de alerta vermelho e os EUA não resolvem a questão da extradição.”

O juiz Airton Vieira criticou a postura da Interpol e dos EUA, afirmando que a troca de governo no Brasil poderia mudar a situação.

“Porque, se pra nós o Allan dos Santos tem alguma importância, pra eles a importância é zero”, afirmou. “Então eles não vão comprar uma dor de cabeça com o governo do Brasil, em que pese o governo do Brasil ser de outra orientação. Talvez a partir de 1 de janeiro a coisa mude, não sei.”

Críticas à postura da Interpol e dos EUA

Em outra mensagem, Vargas classificou a postura da Interpol e dos EUA como “sacanagem”. Vieira concordou, dizendo que Allan dos Santos se sente livre para continuar suas ações. “Dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse cara na marra e colocar num avião brasileiro”, comentou Vargas.

Vieira continuou criticando o governo dos EUA, dizendo que eles fazem o que bem entenderem com quem quiserem. “Eles têm o tempo e os interesses deles, esse é o problema todo, essa é a questão”, afirmou.

Posição dos EUA sobre a extradição

O governo dos EUA comunicou ao Brasil que não extraditaria Allan dos Santos por delitos considerados pelos norte-americanos como crimes de opinião, protegidos pela liberdade de expressão. No entanto, os americanos estão dispostos a processá-lo por outros crimes, como lavagem de dinheiro.

Via Revista Oeste

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