Um novo livro do autor best-seller Riley Sager, renomado no universo literário do terror, chegou às livrarias brasileiras em setembro deste ano pela editora Intrínseca. Intitulado “O Massacre da Família Hope”, a obra, segundo o próprio autor, traz inspiração em um true crime do século 19, além de beber de algumas influências das obras de Sager, como Mike Flanagan, outro astro do horror.
Para a história de “O Massacre da Família Hope”, Riley Sager se baseou na história real de Lizzie Borden, jovem levada a julgamento suspeita de realizar um massacre em sua própria casa no ano de 1892.
“A trama foi inspirada por Lizzie Borden e todos esses grandes romances góticos do passado, como ‘A Queda da Casa de Usher’ e ‘Morro dos Ventos Uivantes’”, conta o autor em entrevista à CNN.
“Eu queria escrever um grande livro gótico com muitas reviravoltas e que diferisse dos meus outros trabalhos, porque ele se passa no passado. A história principal se passa em 1983. E então há alguns flashbacks muito antes, vindos de 1929.”
Na história do livro, um crime chocante assolou o estado do Maine, Estados Unidos, ainda em 1929. A personagem Lenora Hope foi a única integrante da família que sobreviveu e era a principal suspeita dos assassinatos para a polícia. Mesmo com todo mundo acreditando que havia matado seus pais, a investigação nunca conseguiu reunir provas suficientes para incriminar a jovem, que foi absolvida.
Na década de 1980, porém, o episódio volta à tona quando a cuidadora de idosos Kit McDeere é designada para um trabalho na mansão no topo do penhasco, depois que a outra profissional fugiu misteriosamente. Agora, responsável por cuidar de Lenora, Kit é surpreendida no momento em que ela decide contar tudo, utilizando uma máquina de escrever para narrar a sua versão.
“Eu estava pensando muito em Lizzie Borden, mas ainda mais sobre ela e seus últimos anos. E por algum motivo, isso me fez pensar, e se ela vivesse até uma idade muito avançada e tivesse problemas de saúde e precisasse de alguém para cuidar dela. Quem é essa pessoa? Tipo, quais circunstâncias a levaram a cuidar de alguém como Lizzie Borden?”, explica Riley.
“E então todo o meu pensamento mudou de Lizzie Borden para a enfermeira de Lizzie Borden. E era isso que estava passando pela minha cabeça quando pensei no livro. Eu realmente queria explorar essa cuidadora. A tarefa dela é manter viva essa pessoa que todos acham que é uma assassina a sangue frio. E para mim essa foi uma história muito, muito fascinante de se investigar”, complementa.
Uma casa como protagonista à la Mike Flanagan
Algumas das obras mais populares do diretor de horror Mike Flanagan trazem casas e mansões como grandes protagonistas da história. Para os fãs do cineasta, este é um elemento que pode ser observado, também, em “O Massacre da Família Hope”.
“A casa é definitivamente um dos personagens principais. E eu queria algo que fosse muito classicamente gótico. Eu queria que ela parecesse assombrada, mesmo que não seja necessariamente assombrada. E é, definitivamente. E uma casa de assassinato, crimes horríveis aconteceram lá e esses lugares têm um pouco de uma aura mística neles”, comenta Riley Sager.
“Eu realmente queria criar um lugar onde algo horrível acontecesse e ecoasse através do tempo até os dias atuais. Então, eu realmente gostei da ideia de expressar isso ao ter a casa com aquela pequena inclinação por causa dos anos, que você pode sentir no segundo e terceiro andar e a sensação de sim, o que aconteceu no passado foi horrível, mas pode haver algo no presente que também seja horrível acontecendo agora.”
“De certa forma, a casa simboliza Kit e a jornada em que ela está, o que não é muito aparente para o leitor. Mas toda vez que ela descobre alguma grande informação, um pedaço da casa se desintegra, é como quando surge uma grande revelação e então ela fica, ‘oh, há mais rachaduras nas paredes’ ou ‘oh, esse pedaço do penhasco simplesmente caiu’. Eu realmente queria que a casa fosse a expressão física do que ela está descobrindo”, acrescenta o autor.
Sobre a comparação com Mike Flanagan, Riley diz que realmente é um destaque, e que consome de outras obras do gênero para o inspirar nas histórias.
“Ele é muito, muito bom. ‘A Maldição da Residência Hill’” foi um show fantástico. ‘A Queda da Casa de Usher’ foi muito, muito boa. Ele é excelente em criar tensão, surpresa e dar a sensação de pavor. Quando assisto a qualquer obra de terror, tento tirar lições de todos eles. Gosto de realmente sentar e pensar analiticamente. Como eles estão fazendo isso? Como eles estão me assustando agora? E que lições posso aplicar aos meus livros para fazer a mesma coisa com os leitores? Então é assim que eu entro nisso”, conclui Sager.
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