Os golfinhos são conhecidos pelo impressionante sistema de sonar. Mas a lista de habilidades da simpática criatura marinha vai muito além.
Eles também têm olhos que permitem ver em duas direções, um gel que afasta parasitas da pele, podem “desligar” metade do cérebro para descansar e possuem sistemas super-resistentes que conferem proteção até contra bactérias resistentes a antibióticos.
Agora, uma nova investigação descobriu outra capacidade extra: um super sentido que os ajuda a navegar e encontrar fontes ocultas de alimentos.
Como o super sentido foi descoberto
- Pesquisadores examinaram pequenas covas que aparecem quando jovens golfinhos-nariz-de-garrafa perdem os bigodes de nascença.
- Eles perceberam que as fossas pareciam com estruturas que tubarões usam para detectar campos elétricos e elaboraram um estudo para ver se funcionavam da mesma forma para os golfinhos.
- Primeiro, treinaram dois golfinhos para descansarem suas mandíbulas em uma barra de metal submersa e nadar sempre que sentissem uma corrente elétrica sendo produzida logo acima de seus focinhos.
- Um golfinho conseguiu detectar sinais de apenas 5,5 microvolt/cm, enquanto o outro foi ainda mais sensível, captando uma corrente de 2,4 microvolt/cm (um microvolt é igual a um milionésimo de volt).
Os golfinhos também mostraram um alto grau de capacidade de resposta quando os pesquisadores pulsaram corrente elétrica, em vez de mantê-la constante. Segundo os especialistas, este tipo de campo elétrico fraco e inconstante é o mesmo produzidos pelos peixes que os golfinhos atacam, daí a capacidade mais poderosa de encontrar alimentos mesmo escondidos.
“A sensibilidade a campos elétricos fracos ajuda um golfinho a procurar peixes escondidos em sedimentos antes de os agarrar”, disse o co-autor do estudo, Guido Dehnhardt.
Por fim, os pesquisadores também acreditam que outra capacidade, conhecida como “eletrorrecepção”, pode auxiliar os golfinhos a navegar usando o campo magnético da Terra, o que pode explicar o motivo de alguns animais encalharem na praia por conta de flutuações neste campo.
As informações são do Phys.org. A pesquisa foi publicada no Journal of Experimental Biology.