quinta-feira, julho 4, 2024
InícioCiência e tecnologiaNovo nanomaterial pode revolucionar fertilização de plantas

Novo nanomaterial pode revolucionar fertilização de plantas

Um grupo de pesquisadores brasileiros criou um novo nanomaterial que pode conservar nutrientes, especificamente o fósforo, no solo das plantações por mais tempo do que os fertilizantes disponíveis atualmente no mercado.

A pesquisa foi conduzida pela Embrapa Instrumentação, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e publicada na revista Communications in Soil Science and Plant Analysis.

Nanomaterial fertilizante

  • Quando o fósforo é inserido no solo, reage com outros nutrientes e se torna menos solúvel, dificultando a absorção das plantas.
  • Em geral, cerca de 80% desse nutriente é perdido após ser adicionado ao solo na forma de fertilizante.
  • Para evitar esse desperdício, os cientistas alteraram a estrutura dos fertilizantes com um novo composto que protege o nutriente.
  • O UHap é capaz de conservar até 35% do fósforo no solo, além de oferecer nitrogênio, reduzindo a quantidade de aplicações do fertilizante.
  • O nanomaterial é formado por 50% de ureia (que fornece nitrogênio) e 50% de hidroxiapatita em pó (que fornece fósforo) e ganhou uma aparência semelhante ao fertilizante já usado na agropecuária.

Resultados da aplicação em plantações de milho

O UHap foi testado em plantações de milho. O solo foi dividido em três partes, cada uma recebendo tratamentos diferentes: o novo material, apenas o pó de hidroxiapatita e o fertilizante fosfatado comercial conhecido como MAP.

No primeiro dia do experimento, o solo que recebeu o MAP e a hidroxiapatita continha 89% de fósforo. Após 21 dias, esse valor caiu para 28%, e depois de 42 dias, para 18%. A plantação que recebeu o UHap começou os testes com uma quantidade menor do nutriente (53%), mas também obteve uma queda menor, chegando a 42%, e depois manteve-se em 35% ao longo do período final.

O milho fertilizado com o novo material e a hidroxiapatita produziu 60% mais matéria seca, enquanto com o MAP, produziu apenas metade disso, ou seja, 30% a mais do que as plantas que não receberam nenhum composto.

Fertilizante nacional

Os pesquisadores estão em busca de empresas para estabelecer parcerias e produzir o novo material em grande escala. Assim, será possível conduzir experimentos em uma proporção maior.

Em entrevista à Agência FAPESP, Cauê Ribeiro, coordenador do estudo e pesquisador da Embrapa Instrumentação, destacou a importância do fertilizante brasileiro.

Os fertilizantes são estratégicos para o Brasil, mas hoje dependemos exclusivamente de importações. Precisamos reindustrializar o país nesse setor, além de desenvolver produtos mais eficientes

Cauê Ribeiro para Agência FAPESP

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui