Empresas varejistas alertam para o aumento significativo no custo do capital de giro em razão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que pode chegar a 39%. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) encaminhou ofício nesta quinta-feira, 29, ao Congresso, no qual solicitou apoio para tentar reverter a medida.
O IDV, que representa 72 empresas do setor, argumenta que a elevação do IOF pode provocar aumento nos preços dos produtos, pressionar a inflação e gerar risco de retração na atividade econômica e no emprego. Conforme cálculos do instituto, o custo das operações pode variar entre 14,5% e 38,8%.
Impacto do IOF no funcionamento do varejo

Segundo o grupo, a ampliação da cobrança do IOF dificulta operações essenciais para o funcionamento do varejo. Entre elas, o risco sacado e forfait, práticas em que as empresas antecipam recebíveis para manter o caixa. Essas operações, até então, contavam com alíquotas zero ou reduzidas, mas agora podem atingir até 3,95%.
O IDV ainda argumentou que o imposto passa a incidir também sobre fornecedores que recorrem ao forfait para antecipar capital de giro e manter a produção. O impacto, conforme o instituto, será ainda maior para pequenas e médias empresas, que dependem dessas operações para garantir o fluxo de produção e vendas.
Conforme projeções, a combinação do novo IOF com a taxa de juros (Selic) pode elevar o custo total da operação a quase 19% ao ano. A entidade enfatiza que o repasse desses custos pode elevar os preços ao consumidor e aumentar a pressão inflacionária.
“Assim, serão afetados tanto quem vende ao consumidor final quanto para quem fornece ao varejo”, conclui a nota enviada pelo IDV.
Entre as associadas do instituto estão empresas como Americanas, Carrefour, Riachuelo, Leroy Merlin, Grupo Boticário, Livraria Cultura, McDonald’s, Magazine Luiza, Renner e Grupo Pão de Açúcar. O IDV reforçou o pedido de mobilização no Congresso para tentar barrar a nova cobrança, que atinge diretamente os negócios dessas companhias.