“Jamais vou trazer o ‘Fusca’ [Ora Ballet Cat] para o Brasil”, declarou Ramos. “Ele seria um grande queima filme. Até na China esse carro é um fracasso, ninguém quer ele.”
A notícia vem à superfície em meio ao imbróglio jurídico entre a GWM e a Volkswagen. A montadora alemã acusou os veículos chineses de serem uma “cópia escancarada” do icônico Fusca e alegou estar sofrendo uma “concorrência parasitária” do gigante chinês.
Lançado em 2022, o Ora Ballet Cat é semelhante ao Fusca — fabricado pela montadora alemã, Volkswagen, entre 1938 e 2003. O veículo chinês, no entanto, apela para o público feminino e conta com algumas características internas que se distanciam muito do tradicional carro alemão.
O Ballet possui cores claras e muitos tons de rosa, por exemplo. Além disso, tem um espaço exclusivo para guardar bolsas e um espelho com luzes próprias para fazer maquiagem.
No dia 1º de março de 2024, Osvaldo Ramos deixou o cargo de chefe de operações da empresa. Ele estava à frente da gestão comercial da marca desde 2021.
Volkswagen perdeu para a montadora da China na Justiça
A Volkswagen entrou com um pedido de tutela para anular o registro dos automóveis pela empresa chinesa. A montadora alemã afirmou que a atitude da GWM se deu “como se não houvesse leis em nosso país que salvaguardassem os esforços alheios e vedassem a concorrência desleal e parasitária e associação indevida”.
O pedido de tutela ficou válido entre fevereiro de 2023 até o dia 4 de março deste ano, quando a Great Wall Motor conseguiu revogar a medida que paralisava o projeto do “novo Fusca”.
Além disso, a empresa da China alegou que não se pode falar em concorrência desleal, visto que a produção do Fusca no Brasil foi encerrada em 1996. O argumento foi aceito pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Gabriel de Souza é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob supervisão de Edilson Salgueiro