O campo magnético de Urano e Netuno são desequilibrados e descontrolados de maneira que não acontece em nenhum outro planeta de nosso Sistema Solar.
Isso intriga cientistas, que não sabem a razão por trás do fenômeno. Uma nova descoberta, porém, sugere que a explicação esteja em nova forma de água encontrada nas profundezas de ambos.
Campo magnético desequilibrado intriga cientistas
Os campos magnéticos ficam ao redor dos planetas e influenciam as interações magnéticas (causando o magnetismo, por exemplo). No entanto, sua origem vem das profundezas de cada astro a partir de cargas em movimentos.
No caso da Terra, a liga de ferro-níquel gira em torno do núcleo e é responsável pelas correntes de elétrons por lá. Já em Júpiter e Saturno, o mesmo acontece com hidrogênio metálico.
No caso desses três planetas, os elementos envolvidos nas correntes resultam em campos magnéticos organizados, que conectam os polos norte e sul.
Não é o caso de Urano e Netuno. A desorganização dos campos faz com que os dois tenham inclinação irregular, de 59 e 47 graus respectivamente. Isso, por sua vez, altera o eixo de rotação e a conexão entre os polos. Veja como é o magnetismo de Urano:
Campo magnético de Urano e Netuno pode resultar de nova forma de água
Uma equipe de pesquisadores da China e da Rússia pode ter uma pista do porquê esse desequilíbrio acontecer em Urano e Netuno: uma nova forma de água, chamada Aquodiium, que existe nas profundezas dos dois planetas.
O elemento consiste em molécula de água normal, mas com dois prótons adicionais. Com isso, o resultado é uma carga positiva ao invés de negativa. Em quantidades suficientes, isso poderia explicar os campos magnéticos peculiares.
Um dos pesquisadores, Artem Oganov, do Instituto Skolkovo de Ciência e Tecnologia (Rússia), explicou ao jornal da universidade que, no caso de Urano, os próprios prótons poderiam ser portadores de carga livre.
Pesquisadores quiseram entender origem da água
- Os pesquisadores, então, quiseram descobrir quais íons de hidrogênio poderiam desempenhar papel significativo no processo e formar o Aquodiium;
- Para isso, eles recorreram à química, testando combinações de átomos de hidrogênio. Eles analisaram variáveis de pressão, volume e ligações químicas dos elementos;
- Então, conduziram modelagem computacional em condições semelhantes às que pensavam que existiam em Urano e Netuno;
- Segundo o Science Alert, em temperatura de três mil graus Celsius e pressão de 1,5 milhão de atmosferas, eles chegaram em combinação de prótons que resultou no H 4 O 2, o Aquodiium;
- Mais análises são necessárias para entender o impacto da nova forma de água nos dois planetas, mas a descoberta pode explicar as peculiaridades do campo magnético de Urano e Netuno.