Cientistas propuseram, num estudo recente, aproveitar o frio extremo da Lua para preservar naturalmente células animais. É como se fosse uma mistura de Arca de Noé com câmara de criogenia.
“Esse biorepositório protegeria a biodiversidade e funcionaria como uma salvaguarda contra sua perda devido a desastres naturais, mudanças climáticas, superpopulação, esgotamento de recursos, guerras, ameaças socioeconômicas e outras causas na Terra”, escreveram os pesquisadores no artigo publicado na revista BioScience.
A ideia é proteger espécies das imprevisibilidades e riscos geopolíticos que ameaçam os biorepositórios terrestres, que dependem de gestão intensiva e recursos como eletricidade e nitrogênio líquido.
Frio extremo na Lua pode ser útil para preservar animais, diz estudo
A localização proposta para este biorepositório é o polo sul da Lua, região de frio extremo e sombra permanente com temperaturas que chegam a -196ºC. Esta característica natural elimina a necessidade de energia e supervisão contínua.
Antes de implementar o biorepositório lunar, os cientistas planejam uma série de testes preliminares.
As células de espécies como o góbio estrelado, crucial para os ecossistemas de recifes de corais, serão coletadas e armazenadas temporariamente na Terra. Depois, essas amostras serão enviadas ao espaço para testar sua resistência e estabilidade em condições extremas.
O objetivo desses testes é verificar a viabilidade das células e possíveis alterações no DNA após a exposição ao ambiente espacial. Se der certo, pode revolucionar a conservação de espécies.