Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL vê na região Norte o melhor cenário para a sigla conquistar prefeituras de capital nas eleições municipais de 2024.
É o que aponta o agregador de pesquisa Ipespe Analítica, que monitora levantamentos de intenção de votos divulgados em 25 das 26 capitais brasileiras – a exceção é Boa Vista, sem registros disponíveis para uso da ferramenta.
Belém e Palmas são as capitais em que o PL tem nomes liderando o agregado das pesquisas publicadas em 2023. Paralelamente, é a região do país em que o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta mais dificuldade: nenhum nome vinculado à sigla consegue ir além da quinta colocação.
Na capital paraense, o deputado federal Éder Mauro (PL) surge com 18%, 5 pontos à frente do atual prefeito e aliado de Lula, Edmilson Rodrigues (PSOL), e 7 a mais do deputado estadual Zeca Pirão (MDB) e Delegado Eguchi (PL), ambos com 11% – o agregador leva em conta os nomes apresentados aos entrevistados por diferentes institutos de pesquisa, daí a presença de dois nomes do mesmo partido e ambos vinculados ao bolsonarismo na cidade.
Vale lembrar que o eleito em 2024 vai administrar Belém durante a organização e realização da COP30, em 2025.
No maior colégio da região, Manaus, o prefeito David Almeida (Avante) segue a tônica de favoritismo dos candidatos à reeleição em 2024, com 34% das intenções de voto, ante 25% do deputado federal Amom Mandel (Cidadania), o mais votado do Amazonas nas eleições de 2022.
Dois nomes do PL surgem como alternativas para a disputa e ambos cobiçam o apoio de Bolsonaro: Coronel Menezes, que foi candidato ao Senado, com 10%, e o deputado federal Capitão Alberto Neto, com 7%.
Em Macapá, o atual prefeito, Dr. Furlan (Podemos), não só é favorito, como aparece com o maior índice do agregador Ipespe Analítica em todo o país, com 67%. Nenhum de seus potenciais concorrentes consegue chegar aos dois dígitos no agregado dos levantamentos da capital amapaense realizados em 2023.
Já em Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) já foi reeleito em 2020, mas parece ser capaz de fazer a sucessora, a deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos), que aparece com 22% no agregador, mais que o dobro do segundo colocado, Marcelo Cruz (Patriota).
Em Palmas, a deputada estadual Janad Valcari (PL) aparece em primeiro, com 33%. O ex-prefeito da cidade Carlos Amastha (PSB) tem 17%, seguido por Eduardo Siqueira (Podemos), com 15%, Vanda Monteiro (União Brasil), com 7%; e Júnior Geo (Podemos), com 5%.
Por fim, em Rio Branco, o favorito é o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), com 34%, 10 à frente do atual gestor da cidade, Tião Bocalom (PP). O líder no agregador Ipespe Analítica para a capital acriana foi o último prefeito de capital eleito pelo PT, em 2016, cargo ao qual renunciou dois anos depois para disputar o governo estadual.
Belém
- Éder Mauro (PL) – 18%
- Edmilson Rodrigues (PSOL) – 13%
- Zeca Pirão (MDB) – 11%
- Delegado Eguchi (PL) – 11%
- Thiago Araújo (Cidadania) – 8%
Macapá
- Dr. Furlan (Podemos) – 67%
- Josiel (União Brasil) – 9%
- Acácio Favacho (MDB) – 3%
- Aline Gurgel (Republicanos) – 3%
- Paulo Lemos (PSOL) – 2%
Manaus
- David Almeida (Avante) – 34%
- Amom Mandel (Cidadania) – 25%
- Coronel Menezes (PL) – 10%
- Capitão Alberto Neto (PL) – 7%
- Anne Moura (PT) – 3%
Palmas
- Janad Valcari (PL) – 33%
- Carlos Amastha (PSB) – 17%
- Eduardo Siqueira (Podemos) – 15%
- Vanda Monteiro (União Brasil) – 7%
- Júnior Geo (Podemos) – 5%
Porto Velho
- Mariana Carvalho (Republicanos) – 22%
- Marcelo Cruz (Patriota) – 10%
- Cristiane Lopes (PP) – 9%
- Alan Queiroz (Podemos) – 8%
- Fátima Cleide (PT) – 1%
Rio Branco
- Marcus Alexandre (MDB) – 34%
- Tião Bocalom (PP) – 24%
- Minoru Kinpara (PSDB) – 12%
- Emerson Jarude (Novo) – 4%
- Alysson Bestene (PP) – 2%
O agregador de pesquisas desenvolvido pelo Ipespe Analítica é um algoritmo que projeta a intenção de voto para prefeito a partir de levantamentos feitos por diversos institutos. Não é apenas somar os números e obter uma média. A metodologia usa estatística bayesiana e técnicas de aprendizado de máquina (machine learning). Leva em conta, por exemplo, o período em que as entrevistas foram feitas – quanto mais recentes, maior o peso no cálculo –, assim como o histórico dos institutos.
Trata-se de uma fotografia mais precisa do cenário eleitoral, quando comparado às pesquisas de forma individual. Isso porque, como ainda se trata de pré-candidaturas, pode haver diferença na lista de nomes apresentados aos entrevistados. Além disso, o agregador atualiza os dados tão logo seja divulgada uma nova pesquisa e permite a comparação ao longo do tempo na série histórica.
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