A nova composição das mesas diretoras do Congresso Nacional, eleita no último sábado, 1º, revela uma disparidade na representação geográfica do eleitorado brasileiro no comando do Poder Legislativo: do total das 14 posições, nove estão nas mãos de políticos eleitos pelo Nordeste.
A fins de comparação, enquanto o Sudeste concentra 43% do eleitorado do país, apenas um desses 14 cargos principais das mesas da Câmara e do Senado é ocupado por um representante da região.
As mesas diretoras são os órgãos que dirigem a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Cada uma delas possui sete cargos principais, escolhidos com base em acordos partidários e alianças internas do Congresso.
Embora a formação desses colegiados não precise seguir uma proporção exata em relação ao eleitorado de cada uma das 27 unidades da Federação, a presença de parlamentares de determinadas regiões pode refletir uma maior atenção às demandas locais.
A representação desproporcional do Nordeste
Na Câmara, o comando pelos próximos dois anos ficará a cargo de Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba. Dos sete titulares da mesa diretora da Casa, apenas um é do Sudeste (Altineu Côrtes, do PL do Rio de Janeiro) e um do Sul (Sérgio Souza, do MDB do Paraná).
No Senado, a situação é ainda mais marcante: não há nenhum representante do Sul ou do Sudeste entre os titulares — e nem do Centro-Oeste. A presidência está com Davi Alcolumbre, do União Brasil, eleito pelo Amapá. Todos os demais cargos são ocupados por parlamentares do Norte e do Nordeste.
A mesa diretora é responsável por organizar os trabalhos legislativos e administrar as atividades das Casas. O presidente, além de comandar o plenário, tem a atribuição de convocar, presidir e suspender as sessões, nomear comissões especiais e definir o cronograma de votações das propostas.