sexta-feira, novembro 22, 2024
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Nikolas recusa acordo em denúncia por chamar Lula de ‘ladrão’

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-DF) rejeitou uma proposta de acordo oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma denúncia de injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a recusa, a denúncia seguirá seu curso normal.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisará se há provas suficientes para transformar Nikolas em réu e iniciar uma ação penal. A PGR apresentou a denúncia no mês passado, depois de Nikolas chamar Lula de “ladrão que deveria estar na prisão” em um evento em 2023.

A PGR sugeriu um acordo de transação penal, em que o acusado aceita medidas em troca do arquivamento do processo. Em audiência no dia 14, Nikolas afirmou que aguardaria o parecer da Procuradoria da Câmara.

Nesta terça-feira, 27, o deputado informou ao STF que a Procuradoria da Câmara concluiu que a declaração está protegida pela imunidade parlamentar, alinhando-se com a defesa do parlamentar.

“Diante dos argumentos fáticos e jurídicos delineados no referido parecer técnico, bem como por estarem em absoluta consonância com entendimento da defesa técnica do parlamentar, mui respeitosamente, razão outra não assiste ao congressista, senão recusar a proposta feita na última assentada e aguardar o trâmite natural da marcha processual”, declarou Nikolas.

A declaração de Nikolas

A declaração de Nikolas ocorreu em novembro do ano passado, durante um evento na sede da ONU, sem relação com a entidade. Ele mencionou o apoio a Lula da ativista ambiental Greta Thunberg e do ator Leonardo DiCaprio.

“Isso se encaixa perfeitamente com Greta e Leonardo DiCaprio, por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, afirmou.

O vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, argumentou que a declaração não está protegida pela imunidade parlamentar, pois não tem relação com o mandato.

“Não havia, no contexto da referência depreciativa feita pelo denunciado ao presidente da República, nenhuma possível correlação com o exercício do mandato parlamentar. O que se evidenciou foi a clara intenção de macular a honra da vítima”, escreveu Chateaubriand Filho.

O crime de injúria prevê pena de um a seis meses de detenção ou multa. A PGR pediu três agravantes: a injúria foi contra o presidente da República, contra uma pessoa maior de 60 anos e divulgada em redes sociais.



Via Revista Oeste

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