Em meio a impasse da eleição da Venezuela, o ditador proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral, Nicolás Maduro, perdeu o selo de ‘conta governamental’ na rede social Twitter/X, nesta terça-feira, 30.
Dono da plataforma, Elon Musk publica e compartilha no seu perfil pessoal diversas postagens com críticas a Maduro. É possível encontrar, ainda, divulgação da revolta do povo venezuelano, que protesta nas ruas de diversas cidades do país.
“Se os militares apoiarem a vontade do povo, acabou para Maduro”, escreveu Musk em uma das publicações. Junto da mensagem, o empresário compartilhou vídeo do protesto do povo.
El burro sabe mas que Maduro https://t.co/9fe6JWOatM
— Elon Musk (@elonmusk) July 29, 2024
Em outra postagem, Musk diz que “um burro sabe mais que Maduro”. Na sequência, ele ironiza e pede desculpas por comparar o animal ao ditador: “Foi um insulto ao reino animal”, publicou.
Além de um tom de cor diferente, a principal diferença no selo que Maduro perdeu está na mensagem que ele mostra ao usuário interagir com o clique. “Esta conta é verificada por ser uma conta de organização governamental ou multilateral”, informa o Twitter/X em perfis de diversos presidentes, como por exemplo os de Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Emmanuel Macron, da França, e Javier Milei, da Argentina.
Agora, a conta pessoal de Nicolás Maduro no Twitter/X não tem mais esta mensagem. Ao clicar no selo de cor diferente, a rede social apenas informa que trata-se de “uma conta verificada”.
Regime Maduro prende 750 manifestantes na Venezuela
O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek Saab, informou, nesta terça-feira, 30, que a ditadura já prendeu 749 pessoas. Os presos estariam em protesto contra o regime, desde o início das manifestações.
“Vão receber processo por terrorismo”, garantiu Saab, durante uma transmissão. “Certamente, as redes internacionais e ONGs com financiamento da USAID vão falar em perseguição.”
O condenado por algum dos crimes impostos pelo chavismo pode pegar de um mês a dez anos de prisão. Há previsão legal no Código Penal da Venezuela.
Na tarde de ontem, Saab já havia alertado a oposição sobre protestos. “Informamos que a nossa instituição estará monitorando qualquer ato que pretenda iniciar uma escalada na violência para sujar a festa democrática que estamos vivendo”, disse o chefe do “MPF”.
“Advertimos que os atos de violência e chamados a desconhecer os resultados oficiais podem se encontrar em delitos de ‘instigação pública’, obstrução de vias públicas, estímulo ao ódio e resistência à prisão.”