O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo, 23, que a “fase intensa da guerra com o Hamas [na Faixa de Gaza] está prestes a terminar”. Ele indicou que o foco militar pode se deslocar para a fronteira norte com o Líbano, onde os combates com os terroristas do Hezbollah, apoiados pelo Irã, têm se intensificado nas últimas semanas.
Netanyahu garantiu que Israel vai continuar suas operações em Gaza até que o Hamas seja eliminado. “Isso não significa que a guerra vai acabar, mas a guerra na sua fase atual vai acabar em Rafah, isto é verdade”, disse Netanyahu ao Canal 14 de Televisão. “Continuaremos cortando a grama mais tarde”, acrescentou.
Decisões da ONU e possíveis acordos
No mês passado, o tribunal superior da ONU ordenou que Israel suspendesse imediatamente sua operação militar, classificando a situação como “desastrosa”.
Em sua entrevista, Netanyahu disse estar disposto a fazer “um acordo parcial” com os terroristas do Hamas em troca do resgate de alguns reféns. Contudo, ele afirmou que a guerra continuaria depois de um cessar-fogo para eliminar o Hamas.
“Não estou pronto para desistir disso”, disse Netanyahu.
Netanyahu enfrentou protestos em Israel pedindo o retorno de todos os reféns. No sábado, as famílias dos reféns participaram das manifestações em várias cidades, exigindo que o governo aceitasse um acordo com os sequestradores.
Propostas de cessar-fogo e pressões internas
Um plano de cessar-fogo em três fases, apoiado pelos Estado Unidos, propõe “um fim permanente das hostilidades, em troca da libertação de todos os reféns em Gaza e uma retirada total das forças israelenses de Gaza”.
Netanyahu está sob crescente pressão para desenvolver uma estratégia para Gaza no pós-guerra.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem realizado ataques mortais a partir do sul do Líbano, visando o norte de Israel desde 8 de outubro, um dia depois dos ataques do Hamas a Israel. Israel respondeu aos ataques do Hezbollah com bombardeios, matando terroristas do grupo, incluindo comandantes seniores.
Dezenas de milhares de israelenses deixaram o norte de Israel devido ao conflito, enquanto vilarejos no sul do Líbano também ficaram vazios.
Preparativos para a ofensiva no norte
Autoridades israelenses informaram aos EUA que planejam transferir recursos do sul de Gaza para o norte de Israel, preparando-se para uma possível ofensiva contra o Hezbollah. As implicações de uma guerra mais ampla entre Israel e o Hezbollah podem ser devastadoras, disse anteriormente um alto funcionário dos EUA à CNN.
Autoridades norte-americanas expressaram preocupações de que, em caso de guerra total, o Hezbollah possa sobrecarregar as defesas aéreas de Israel, incluindo o sistema “Iron Dome”.
Declarações de Netanyahu sobre a guerra
Netanyahu foi questionado se a solução para o conflito com o Hezbollah seria um acordo ou guerra. O primeiro-ministro respondeu: “Se houver um acordo, será conforme os nossos termos e os nossos termos não são acabar com a guerra, abandonar Gaza e deixar o Hamas intacto; recuso-me a deixar o Hamas intacto, pois precisamos eliminá-lo”.
Israel lançou a guerra em Gaza depois dos ataques brutais do Hamas de 7 de outubro de 2023, que mataram cerca de 1,2 mil pessoas e fizeram mais de 250 reféns.