O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ordem do Tribunal Penal Internacional (TPI) como uma “decisão ultrajante”. O TPI emitiu, nesta sexta-feira, 22, mandados de prisão contra ele e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, sob acusações de crimes de guerra relacionados às operações militares israelenses na Faixa de Gaza.
Em pronunciamento oficial, o primeiro-ministro de Israel acusou o tribunal de ser “um instrumento politizado que age exclusivamente contra democracias que combatem o terrorismo”. Ele afirmou que Israel não reconhece a jurisdição do TPI e que a decisão é uma afronta ao direito do país de se defender.
O ataque terrorista de 7 de outubro, que resultou em estupros, assassinatos e sequestros de cidadãos israelenses, realizado pelo Hamas, foi lembrado por Netanyahu, relata o The Jerusalem Post.
“O que o tribunal em Haia faz em resposta a essas atrocidades? Nada.”
Segundo ele, o tribunal não age em relação a “crimes reais contra a humanidade sendo cometidos ao redor do mundo”.
Como exemplo, ele citou milhões de civis inocentes assassinados ou deslocados em países como Irã, Síria e Iêmen. Ele considera que, em vez de agir contra esses regimes, o tribunal escolheu fazer falsas acusações contra Israel, “a única democracia no Oriente Médio”.
“Israelenses, nenhuma decisão ultrajante contra Israel nos impedirá — e não me impedirá — de continuar a defender nosso país de todas as formas”, declarou.
O ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, também alvo do mandado, reagiu ao que define como uma tentativa de enfraquecer Israel em um momento crítico de segurança.
Países signatários do TPI
Ele afirmou que as ações do governo visaram a proteger os cidadãos israelenses dos ataques do Hamas, organização considerada terrorista por diversos países. Desta maneira, ressaltou que as acusações são “absurdas.”
Gallant destacou que as forças israelenses operaram de acordo com os padrões internacionais de guerra, apesar das dificuldades impostas por um inimigo que usa civis como escudos humanos.
A decisão tem potencial para complicar a situação diplomática de Israel, uma vez que os 124 países signatários do Estatuto de Roma são obrigados a cumprir as ordens do tribunal, o que pode limitar a mobilidade internacional de Netanyahu e Gallant.