O presidente da Argentina, Javier Milei, respondeu aos insultos do ditador venezuelano, Nicolás Maduro. O argentino publicou em sua conta no Twitter/X, nesta segunda-feira, 29, que não reconhece o resultado eleitoral da Venezuela. O país passou por uma eleição presidencial neste domingo, 28, mas a apuração, que deu vitória ao chavista, é questionada pela oposição e por países democráticos.
“Nem ele acredita na fraude eleitoral que comemora”, disse Milei. “Nem a República Argentina. Não reconhecemos a fraude, apelamos à comunidade internacional para que se una para restaurar o Estado de Direito na Venezuela e lembramos ao povo venezuelano que as portas do nosso país estão abertas a todos os homens que escolhem viver em liberdade.”
Maduro chegou a insultar o presidente argentino durante a comemoração da suposta vitória eleitoral, na madrugada desta segunda-feira. As ofensas ocorreram depois que Milei questionou o resultado das eleições venezuelanas. O ditador passou a atacar os presidentes e países que citam as inconsistências nas apurações dos votos.
“E ao Milei, digo: Milei, você não pode me aguentar por um round”, disse Maduro. “Inseto, covarde. Traidor da pátria. Milei, seu lixo, vocês são a ditadura. Milei, vende pátria, covarde. Você não pode me aguentar por um round. Deve estar quebrado com seu rosto de monstro. Porque ele é um cara feio. E estúpido. Como se pode levar a sério um fascista, um nazi, como ele. Um sociopata sádico, que gosta de fazer o povo da Argentina sofrer.”
Em resposta às ofensas, Milei disse que os insultos de Maduro são “lisonjeiros” para ele. O presidente argentino também criticou os jornalistas que aceitaram o resultado das eleições venezuelanas.
“Os insultos que o ditador Maduro me dirige são lisonjeiros”, escreveu Milei. “Repetir casualmente as mesmas queixas de muitos ‘jornalistas’ de pensamento direitista da Argentina, cuja posição fraca permite que as atrocidades de Maduro sejam legitimadas.”
Conselho ligado a Nicolás Maduro anuncia vitória do ditador
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou Nicolás Maduro como presidente reeleito na madrugada desta segunda-feira. O órgão, que tem total influência do ditador, alega que o chavista teve cerca de 5 milhões de votos. O candidato da oposição, Edmundo González, registrou 4,4 milhões de votos.
O resultado gerou desconfiança e questionamentos da oposição e de países democráticos. Antes do pleito, pesquisas de órgãos independentes apontavam González na liderança absoluta, com cerca de 60% das intenções de voto.
Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto González teve 44%. Pouco depois do anúncio, a oposição venezuelana afirmou que Edmundo González foi o verdadeiro vencedor das eleições, com 70% dos votos.