Os empreendedores negros correspondem a 51,8% de donos de pequenos negócios do país, formalizados ou não. Do total de 29,3 milhões de empreendedores, 15,2 milhões se autodeclaram pretos e pardos, 13,7 milhões (46,8%) brancos e 418 mil (1,4%) se classificam como de outras raças, como amarela e indígena.
Os dados são de levantamento sobre empreendedorismo por raça-cor, com foco no segmento dos que se autodeclaram pretos ou pardos, feito pelo Sebrae com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
No Piauí, 76% dos empreendedores se autodeclaram pretos e pardos, o que coloca o Estado entre as 10 unidades da federação com mais empreendedores negros. No Estado, 24% se autodeclaram brancos, enquanto apenas 0,5% se classificam como de outras raças.
O levantamento indica também que a proporção de empreendedores pretos e pardos em atividades mais tradicionais e simples – que demandam menos qualificação e geram menor retorno financeiro – é superior à de brancos. 13,9% dos donos de pequenos negócios negros estão na Agropecuária, 15,9% na Construção e 8,8% na Indústria, enquanto entre os brancos a atuação nesses setores é de 13%, 10,1% e 8,3%, respectivamente.
Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, é preciso investir cada vez mais em ações de inclusão e de resgate da maior parcela empreendedora do país para ajudar a mudar a realidade delineada pelo estudo. “Ao apoiar negócios comandados por pessoas negras, estamos criando oportunidades e construindo um futuro mais inclusivo. A atuação está centrada em promover a igualdade e o crescimento para uma parcela significativa da população”, destaca.
O estudo do Sebrae mostra ainda que, apesar de serem maioria no universo empreendedor brasileiro, os empreendedores negros são os que têm o menor nível de faturamento (77,6% deles recebem até dois salários-mínimos por mês) e o menor nível de escolaridade (45,1% têm somente até o ensino fundamental e apenas 13,2% têm ensino superior incompleto ou mais).
OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES DA PESQUISA
O levantamento do Sebrae revela também que a região Norte tem a maior proporção de empresários que se autodeclaram pretos e pardos (quase 80%), seguido do Nordeste, com pouco mais de 72%.
Já entre os Estados, Amapá, Acre e Amazonas são os que têm maior participação relativa de negros no universo empreendedor.
Entre as mulheres empreendedoras registrou-se a menor quantidade negras em comparação com as demais raças. Entre os donos de negócios negros, a proporção de mulheres é de 32,2%, contra 35,4% entre os brancos e 37,5% entre os donos de negócios de outras raças-cor.
O levantamento apresenta também dados relativos à formalização dos empreendedores: 23,6% dos empresários pretos ou pardos têm CNPJ, ou seja, possuem uma empresa formalizada. Entre os brancos o número sobe para 43,1% e em outras raças para 39,7%.
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