sexta-feira, novembro 29, 2024
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Nayara Alto Atacama é oásis que abraça o deserto com estadias sem preocupações

Arrebatador, o Deserto do Atacama é daqueles destinos no mundo onde paisagens extremas e inigualáveis ajudam a elevar a aura mística da região. Falo de uma mistura de vulcões, dunas, cânions, gêiseres, lagoas, desertos de sal e até de uma fauna e flora diversa. Para tanto, é necessária uma hospedagem à altura.

Quem cumpre a missão é o Nayara Alto Atacama, resort ecológico de 42 acomodações que fica fora do centrinho de San Pedro de Atacama, cidade que é a base para desbravarmos as maravilhas do deserto.

E isso faz toda a diferença: a três quilômetros das ruas principais, o hotel sem vizinhos abraça a paisagem e mistura-se a ela. Abrir as cortinas é dar de cara com formações rochosas do Vale da Morte e da Cordilheira do Sal, com a Garganta do Diabo e a Pukará de Quitor, antiga fortaleza de pedra do século 12, nos arredores.

Diante desse horizonte, o hotel foi uma das minhas escolhas para as gravações da 8ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia, cujos dois primeiros episódios dedicaram-se ao Atacama. O Nayara ajudou na imersão no deserto, onde até o pôr do sol é um programa fascinante, com oferta de atividades desenhadas e experiências sob medida, incluindo jantares com o melhor do norte do Chile e observações de estrelas para ficar na memória.

Quartos e Jardim Andino

O Nayara Alto Atacama carrega o selo do Nayara Resorts, coleção com outras cinco propriedades erguidas em meio a cenários naturais exuberantes. Eu já havia me hospedado nos resorts da Costa Rica, aos pés do vulcão Arenal – são três na área-, mas há ainda o impactante Nayara Hangaroa, na Ilha de Páscoa, e uma propriedade em uma ilha privativa em Bocas del Toro, no Panamá.

Assim como nos outros endereços, a sustentabilidade e a preservação dos ecossistemas únicos são propósitos que ganham força. Entram na conta desde protocolos rígidos de redução do lixo até a reutilização da água para atenuar os impactos diários.

Mas as medidas vão além: o hotel criou um Jardim Andino, que reproduz a vida local com cactos e plantas nativas, com direito a um pequeno lago onde floresce a vida aquática. O resultado? Abelhas e pássaros são atraídos em busca de sombra e alimento.

Construído com ajuda da comunidade, o hotel segue a técnica adobe, típica do Atacama, em que são utilizados tijolos de terra crua, palha e água, com cores e texturas em harmonia com a natureza ao redor.

Os 42 quartos podem chegar a 70 m² e nos presenteiam com terraços privativos que se beneficiam das paisagens áridas. Eles também impedem que a radiação do sol brilhe diretamente dentro das acomodações, ajudando a reduzir o calor – os telhados são cobertos por um arbusto local que evita o superaquecimento.

Tanto os quartos quanto as áreas comuns carregam uma decoração que valoriza a cultura local, com lâmpadas, vasos, cobertores e tapeçarias feitas por mãos andinas.

Vinhos e ervas locais à mesa

As tarifas do resort também abrangem regime com tudo incluído, uma mão na roda entre uma aventura e outra, e o restaurante Ckelar se destaca com suas criações. A começar, as paredes têm réplicas de pinturas rupestres encontradas nas cavernas da região, indicativo de que a cultura chilena e ancestral dita o tom do local.

A missão é promover uma viagem pela comida do país a partir de produtores locais, em que ervas e frutas do próprio hotel ganham os pratos e copos. Um menu degustação é servido com o melhor da região, incluindo preparos com a rica-rica, ingrediente que era usado como remédio, mas que aparece agora entre pratos e drinques.

A base da comida do norte do Chile, com milho e carne, aparece à mesa combinada com tubérculos e grãos. Estão entre as receitas tradicionais o bolo de milho com queijo de cabra e chañar, fruto típico do Deserto do Atacama, até o Charquicán, ensopado de carne e legumes.

Vinhos estão entre as opções de harmonizações, incluindo os da vinícola Ayllu, feitos no deserto, com vinhedos acima dos 2.500 metros e sujeitos a estresse hídrico e grande amplitude térmica, o que resulta em bebidas minerais e marcantes.

Entre as experiências gastronômicas, sobressaem-se ainda um pequeno bar e o Quincho Atacameño, local ao lado das piscinas onde é feito o asado chileno, refeição descontraída oferecida pelo hotel com diversos cortes de carne, milho e batata.

Trilhas e observação de estrelas

Viajar ao Atacama significa percorrer lugares fascinantes esculpidos pela ação do tempo. Para o roteiro, o hotel nos ajuda a montar um itinerário adaptado às nossas vontades e necessidades, que abrangem guias especializados e paradinhas estratégicas para cafés e piqueniques no meio do deserto.

Durante minha estadia, a curadoria abraçou atrativos fascinantes, como os Gêiseres de Tatio, onde a atividade geotérmica mostra toda a sua força; o Vale dos Cactos, com trilhas que nos levam a paisagens pontuadas por cactos; e o Salar do Atacama, oásis onde os animais chegam logo pela manhã para beber água e se alimentar.

Mas não é preciso ir longe: trilhas próximas ao hotel dão conta de mostrar um gostinho do Atacama. Se der sorte, até vicuñas podem ser encontradas pelo caminho.

Após os passeios, nada melhor do que relaxar no Puri Spa, que incorpora técnicas ancestrais e ervas regionais no menu de experiências. Sons, aromas, águas quentes, sauna e área de contemplação nos ajudam a desacelerar.

Porém, um dos pontos altos da estadia é olharmos para cima. Isso porque o Nayara Alto Atacama tem à disposição um observatório próprio com telescópio profissional para que apreciemos o céu noturno.

A total escuridão e o silêncio faz com que avistemos planetas e constelações a olho nu. É mais um convite especial para nos deslumbrarmos com as belezas que o deserto nos proporciona.

Nayara Alto Atacama
Camino Pukará, Suchor s/n, San Pedro de Atacama, Antofagasta, Chile / Mais informações no site.

Via CNN

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