terça-feira, setembro 17, 2024
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Navio da Marinha espera reparo em Lisboa há 3 meses

O navio-veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, teve o sistema de atração danificado durante viagem à Europa em maio. A embarcação, que não possui espaço nas docas do porto de Lisboa, em Portugal, aguarda os reparos há mais de três meses. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

O problema atingiu o funcionamento de uma hélice do sistema “hélices de passo controlável” (HCP), responsável por fornecer mais eficiência à propulsão do navio. O HCP auxilia na realização de manobras na entrada e saída de portos.

O destino do navio da Marinha era o porto holandês de Eemshaven. As avarias obrigaram a mudança da rota. A embarcação atracou no porto de Ponta Delgada, ilha portuguesa que fica em meio ao Oceano Atlântico, em 31 de maio, e foi para a Cova da Piedade, onde está a Base Naval de Lisboa, em 11 de junho.

A manutenção da hélice só pode acontecer nas docas dos portos, pois o sistema de propulsão está na parte submersa do navio. As docas do porto de Lisboa são concorridas, com reservas feitas com meses de antecedência.

O Cisne Branco até recebeu aval do porto de Lisboa para usar uma das docas. O navio da Marinha chegou ao local em 5 de julho e precisou deixar o local 14 dias depois para ceder lugar ao Sagres, navio da Marinha portuguesa.

No entanto, as duas semanas não foram suficientes para a tripulação brasileira resolver a burocracia dos reparos. A embarcação saiu do porto sem estar consertada e retornou à Cova da Piedade, onde está até o momento.

Marinha abre licitação para reparos no navio

Em 22 de agosto, a Marinha brasileira abriu um processo de dispensa de licitação a fim de contratar, urgentemente, o estaleiro português Naval Rocha para os reparos na hélice, que custa mais de US$ 150 mil (cerca de R$ 840 mil).

O Porto de Lisboa prevê para este mês a abertura de um novo espaço nas docas para o navio da Marinha. O Cisne Branco é uma embarcação veleira comprada pela Marinha de um estaleiro de Amsterdã em 2000 por US$ 15 milhões.

O navio tem 76 metros de comprimento e 48 de altura, com 32 velas içadas ao alto. Na Marinha, a embarcação é chamada de “embaixada brasileira no mar”, pois tem funções diplomáticas, representando o país em eventos náuticos internacionais, e de relações-públicas, com atracação em portos brasileiros e visitas gratuitas.

Os marinheiros, que estavam no Cisne Branco, atravessavam o Atlântico para a missão Europa 2024, para “desenvolver a mentalidade marítima brasileira e estreitar históricos laços de amizade com os países visitados”.

O retorno deles está previsto para 21 de outubro. A programação teve prejuízos com o incidente do navio da Marinha e o retorno continua na data estipulada, apesar do pendente.

Os marinheiros não ganham pagamento de diárias durante viagens internacionais de navio. A Lei de Retribuição no Exterior, de 1972, define que a tripulação deve receber salário em dólar, já que a embarcação fora do país é considerada sede no exterior.

Os valores em dólar são superiores aos salários em real, sendo que a remuneração tem indenizações que fazem o pagamento superar até seis vezes o salário convencional.

O comandante do navio da Marinha é o capitão mar e guerra Sérgio Tadeu Leão Rosário. Ele possui o salário bruto de R$ 26,9 mil. No primeiro mês embarcado, ele recebeu US$ 24 mil, sendo US$ 13,4 mil de salário base e US$ 10,6 mil de indenizações —o valor total supera R$ 134 mil. O gasto total com a tripulação não foi informado pela Marinha, conforme a Folha.

Via Revista Oeste

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