A Nasa vai lançar em abril de 2025 um telescópio espacial capaz de detectar, pela primeira vez, 102 cores de centenas de milhões de estrelas e galáxias. A missão SPHEREx terá como objetivo desvendar mistérios da origem das galáxias e da água a partir de conceitos da astronomia infravermelha.
O nome da nova iniciativa da agência espacial americana é uma abreviação de Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer (Espectrofotômetro para a História do Universo, Época da Reionização e Explorador de Gelo, na tradução livre).
O telescópio vai usar uma técnica chamada espectroscopia para captar a luz de 450 milhões de galáxias, juntamente com mais de 100 milhões de estrelas na Via Láctea, e separá-la em cores individuais, da mesma forma que um prisma transforma a luz do sol em um arco-íris.
Essa separação poderá revelar várias propriedades de um objeto no espaço, incluindo sua composição e sua distância da Terra.
“Somos a primeira missão a olhar para o céu inteiro em tantas cores”, disse o pesquisador principal da SPHEREx, Jamie Bock, que está baseado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e no Caltech, ambos no sul da Califórnia.
A análise dos dados será conduzida por uma equipe de cientistas localizados em 10 instituições nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.
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O que a nova missão da Nasa vai investigar?
Um dos objetivos da SPHEREx é mapear a posição de centenas de milhões de galáxias em 3D. “Ao fazer isso, os cientistas podem estudar a física da inflação, o evento que fez o universo se expandir em um trilhão de trilhões de vezes em menos de um segundo após o big bang”, diz a agência.
A missão também vai medir a quantidade total de luz emitida pelas galáxias ao longo da história cósmica. Isso pode ajudar a determinar o quão longe a luz das primeiras gerações de galáxias do universo viajou e onde na história do universo ela foi liberada.
O telescópio espacial vai ajudar ainda a medir a abundância de água congelada, dióxido de carbono e outros ingredientes essenciais para a vida. Com esses dados, a Nasa pretende entender o quão disponíveis essas moléculas-chave estão para a formação de planetas.
“Pesquisas indicam que a maior parte da água em nossa galáxia está na forma de gelo em vez de gás. Em nuvens densas onde as estrelas se formam, esses grãos de poeira gelada podem se tornar parte de planetas recém-formados, com o potencial de criar oceanos como os da Terra. A visão colorida da missão permitirá que os cientistas identifiquem esses materiais.”