Um marco emocionante foi alcançado pela NASA: a recepção de dados a laser enviados das profundezas do espaço pela sonda Pysche, quando estava a cerca de 226 milhões de km da Terra.
Durante o trajeto da espaçonave rumo ao asteroide 16-Psyche, após ser lançada em outubro do ano passado, a equipe da missão testou esse novo sistema de comunicação, que não usa ondas de rádio como de costume, e sim, um laser infravermelho. A NASA confirmou que o sistema funciona com sucesso a partir do lugar mais distante já testado – o equivalente a uma distância e meia entre a Terra e o Sol.
De acordo com um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, o teste de 8 de abril mostrou que, mesmo a essa distância, os dados podiam ser baixados com uma taxa máxima de 25 Mbps. Isso já está muito além da meta esperada de “pelo menos 1 Mbps” e 10 a 100 vezes mais rápido do que as transmissões de rádio.
Meera Srinivasan, líder de operações do projeto no JPL, diz que foram reduzidos cerca de 10 minutos de dados duplicados da espaçonave durante esse teste. “Isso representa um marco significativo para o projeto, mostrando como as comunicações ópticas podem interagir com o sistema de comunicação de radiofrequência de uma espaçonave”.
Testes anteriores foram feitos com a sonda Psyche muito mais próxima – a apenas dezenas de milhões de quilômetros de distância. Imagens e até um vídeo de gatinho foram enviados do espaço profundo.
Embora a tecnologia continue se mostrando promissora, ainda há alguns problemas que precisam ser resolvidos. Por exemplo, as observações ópticas são interrompidas por nuvens – um problema que não existe nas comunicações por rádio.
A equipe testará o sistema novamente em junho, quando Psyche estará a duas vezes e meia a distância que a Terra está do Sol. Como esta é a distância máxima entre Marte e a Terra, se a comunicação funcionar, então será possível criar uma rede intensiva de dados entre nós e o Planeta Vermelho.