sexta-feira, outubro 4, 2024
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NASA avança com planos de estabelecer um fuso horário na Lua

Perder o ônibus ou outro meio de transporte pode estragar o dia de qualquer um, mas um astronauta ficar para trás na hora de voltar da Lua para a Terra seria uma questão muito mais complexa. 

Para enfrentar esse e outros desafios, a NASA está avançando com a criação de um fuso horário padronizado para a Lua, denominado Tempo Lunar Coordenado (LTC). Esse sistema facilitará a programação de missões e a criação de uma possível base lunar permanente.

Definir um fuso horário lunar deve facilitar a programação de missões e a criação de uma possível base permanente na Lua. Crédito: francissmth – Shutterstock

A ideia já havia sido discutida anteriormente, mas agora a agência estabeleceu uma parceria com o governo dos EUA, investidores comerciais e organizações internacionais para implementar essa padronização. “Com o crescimento do setor espacial comercial e a intensificação da atividade na Lua, a necessidade de um horário padrão é cada vez mais urgente”, afirma Ben Ashman, engenheiro da equipe de Comunicações e Navegação Espacial (SCaN) da NASA, em um comunicado. Ele destaca que a sincronização do tempo é fundamental para garantir operações seguras e sustentáveis no espaço.

Medição do tempo na Lua envolve relógios atômicos

Os planos envolvem o uso de relógios atômicos, já comuns na Terra, para medir o tempo lunar. Esses dispositivos funcionam com base na energia necessária para mover elétrons em átomos específicos, garantindo uma precisão extrema. 

No entanto, a diferença gravitacional entre a Terra e a Lua faz com que cada segundo passe de forma levemente distinta em ambos os lugares. Na prática, isso significa que um relógio na Lua acumula uma diferença de 56 microssegundos por dia em relação a um relógio terrestre.

O Atomichron foi o primeiro relógio atômico comercial e é vendido para companhias diversas no mundo. Crédito: Karen Foley Photography – Shutterstock

“Para algo que viaja na velocidade da luz, 56 microssegundos representam uma distância de 168 campos de futebol”, explica Cheryl Gramling, engenheira sênior da NASA. Em outras palavras, um observador na Terra, sem ajustes pela relatividade, perceberia uma nave na órbita lunar em um ponto diferente de sua posição real.

Os cientistas estão trabalhando intensamente para superar esses desafios técnicos. Uma vez resolvidas essas questões, o sistema de tempo lunar poderá ser expandido para outros corpos celestes, como Marte. 

Essa padronização temporal é uma parte essencial do programa Artemis, que visa estabelecer uma presença humana contínua na Lua. Artemis 3, a próxima missão à superfície lunar, que incluirá a primeira mulher e a primeira pessoa preta a pisar na Lua, está prevista para 2026.

Via Olhar Digital

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