O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que não irá se desculpar pelas críticas feitas à Lula durante sua campanha presidencial. A declaração foi feita em uma entrevista ao jornal La Nacíon, realizada na manhã desta sexta-feira, 28.
Ao longo de 2023, o atual mandatário chamou o petista de ladrão, corrupto e comunista. Na quarta-feira 26, Lula disse que só conversará com Milei caso receba um pedido de desculpa pelas supostas “bobagens” ditas pelo libertário.
“Não conversei com o presidente da Argentina, porque acho que ele tem de pedir desculpas ao Brasil e a mim”, disse Lula, em entrevista ao portal UOL. “Ele falou muita bobagem.”
Além de descartar a possibilidade de um pedido de desculpas, Milei acusou Lula de tentar interferir no processo eleitoral da Argentina, comparou a postura do presidente do Brasil à de um pré-adolescente e afirmou que suas críticas são embasadas em fatos.
“As coisas que eu disse sobre o Lula são verdadeiras”, disse, em entrevista. “Qual é o problema de eu chamá-lo de corrupto? Ele não foi preso por corrupção? Eu o chamei de comunista, e por acaso ele não é comunista? Desde quando devo pedir perdão por dizer a verdade?”
– Laje: Lula exigiu que pedisse desculpas.
– @JMilei: Desde quando tenho que pedir desculpas por dizer a verdade? Foi preso por corrupção e é comunista.
✅Verdade!👏👏👏👏👏👏 pic.twitter.com/FhDyYQLNgZ
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 28, 2024
“Milei não fez nada do que tenha que se arrepender”, diz porta-voz do governo argentino
Na quarta-feira, horas depois das declarações de Lula, o porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, disse que Milei não fez nada do que tenha de se arrepender. “Ao menos por ora”, acrescentou, em entrevista coletiva.
Adorni mencionou que Lula e Milei se encontraram e se cumprimentaram rapidamente durante a reunião de cúpula do G7 na Itália, mas que não participaram de uma reunião bilateral.
“No G7, com Lula, não conversaram de maneira bilateral”, prosseguiu. “Se encontraram, um encontro casual, se cumprimentaram casualmente, como devem fazer dois presidentes de duas nações, e não há muito mais para dizer”.