“Meu sonho de criança sempre foi ser um goleiro profissional. Eu entrei muito cedo no futebol, com 8 anos. Eu não tinha nem ideia sobre a minha sexualidade, em uma época que não tinha internet, redes sociais, informação. Então todo esse processo interno meu de entendimento demorou muito. Mas desde muito cedo eu entendi que uma pessoa gay não sobreviveria dentro do futebol”, disse o presidente do Bahia.
Emerson, que iniciou a carreira nas categorias de base do Grêmio, se tornou ídolo do Bahia. O goleiro também atuou pelo Flamengo, América-RJ, América-RN, Ituano, Bragantino, Juventude e Vitória.
Emerson presidiu o Esporte Clube Ypiranga antes de assumir o cargo no Bahia. O mandato no clube baiano tem duração até 2026.
Existem sim gays dentro do futebol, um atleta gay pode ter um desempenho tão bom quanto qualquer outro, não é isso que vai definir a qualidade e talento desse atleta. Eu joguei em clubes grandes, eu fui campeão, eu fui ídolo, fui goleiro da Seleção Brasileira, fui eleito o melhor goleiro do brasil em 2001, fui o atleta mais disciplinado do campeonato brasileiro de 98 e 99. Eu tive uma carreira bem sucedida, e isso mostra que o fato de eu ser gay não comprometeu minha qualidade de jogo, ou do time que eu jogava.
Emerson Ferretti, presidente do Bahia
O ex-goleiro contou que escondia sua sexualidade dos companheiros de clube e que precisou “montar um personagem para sobreviver ao dia a dia do futebol” para poder realizar o sonho de criança, que era se tornar goleiro profissional.
O presidente também reforçou que o futebol ainda trata o assunto como tabu, mas destacou que alguns clubes estão abraçando a causa LGBTQIA+, com destaque para o Bahia.
“O futebol sempre anda um pouco atrás dessa evolução, mas alguns clubes acordaram para isso, e o Bahia é um pioneiro. Antes de eu ser empossado, a gestão anterior já teve um cuidado muito grande com isso, o Bahia fez campanhas de cunho social muito importantes, que trouxe resultados relevantes pra sociedade, e acabou inspirando outros clubes a também atuarem socialmente. Inclusive o Bahia tem uma torcida LGBT+, o Bahia abraçou essa torcida também, deu todo apoio para que essa torcida fosse criada e frequentasse a Arena Fonte Nova, isso é um grande avanço”, finalizou.
*sob supervisão de Murillo Grant