O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse na terça-feira (16) que não é possível ter “uma empresa que a cada chuva deixa o paulistano na mão”, após ser questionado sobre a prestação de serviço oferecida pela Enel.
“São eventos climáticos que nós sabemos que acontecem e não vemos uma preparação da empresa para enfrentar essa situação” expressou o governador.
“E isso significa que houve baixo investimento, investimento insuficiente em termos de resiliência de rede e não houve o cuidado devido com a manutenção e o mapeamento de pontos críticos”, prosseguiu.
A Enel vem enfrentando problemas com os serviços em São Paulo. O ápice aconteceu após fortes chuvas no mês de novembro, em que milhares de consumidores ficaram sem energia elétrica, em alguns casos por até sete dias.
Na ocasião, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sugeriu o cancelamento do contrato de concessão com a companhia.
Tarcísio diz que a posição do prefeito é de alguém que “quer o melhor para sua cidade”.
Ainda foi solicitado pelo governador que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — órgão que regula o setor — tome providências por meio do Procon. O órgão aplicou uma multa de R$ 23 milhões à empresa. “Deveremos ter outra multa, mas isso não é suficiente”, concluiu.
Os contratos de concessão com a Enel, com o prazo de 30 anos, começam a vencer em 2025, quando o governo federal irá decidir se pretende renová-los, abrir a concorrência ou permitir que o Estado volte a fornecer o serviço.
“Temos que ver se vamos renovar o contrato com uma empresa dessas e em cima de que critérios” disse Tarcísio, que criticou a maneira com que a regulação por custos é feita, além do desempenho.
“A questão do desempenho tem que ser discutida nos novos contratos não só para as concessões de São Paulo, mas para todo o Brasil”, enfatizou o chefe do executivo de São Paulo.
Tarcísio declarou ser contra a renovação das concessões com a Enel. Mas, caso ela ocorra, o modelo deve ser revisado. “A nova modelagem é uma coisa que nos interessa muito para que isso não se repita”.
De acordo com o governador, foram feitas múltiplas reuniões com o presidente e o conselho da empresa, das quais Nunes também afirma ter participado.
“É uma coisa que está afetando muito o nosso dia a dia e precisamos de uma providência imediata e também é fundamental que pensemos no futuro”, expressou o governador.
Em nota à CNN, a Enel afirmou que não se pronunciaria sobre o caso.
*Sob supervisão de Marcos Rosendo
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