Mais de 100 sobreviventes do Holocausto publicaram, nesta quinta-feira, 9, no jornal The Australian, uma declaração contra o crescimento do antisemitismo ao redor do mundo. Eles lembraram dos seis milhões judeus mortos durante a Segunda guerra Mundial por causa desse mesmo ódio que se alastra desde o ataque a Israel, em 7 de outubro.
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“Nunca, nós, os sobreviventes do Holocausto, sentimos a necessidade de fazer uma declaração coletiva como esta, até agora”, escreveu o grupo. “Nunca pensamos que testemunharíamos a reconstituição daquele ódio insensato e virulento contra os judeus que já enfrentamos na Europa. As ações do Hamas são tão familiares, tão bárbaras, mas, em vez de condenar isso, a resposta em todo o mundo é um vergonhoso aumento do antissemitismo”.
Os judeus lamentaram esta onda sem precedentes de antisemitismo nas ruas, na televisão, nas redes sociais e nas universidades. Eles lembraram que são as últimas testemunhas dos “horrores indescritíveis do regime nazista” e da propaganda antissemita que colocou até seus amigos e vizinhos contra eles. “Não podemos permitir que a história se repita”.
“Escrevemos esta carta agora porque completam-se 85 anos desde Kristallnacht (A Noite dos Cristais)”, justificaram. “Em 9 de novembro 1938, o regime nazista assassinou e atacou judeus, espalhando terror e queimando sinagogas. Em vez de condenar estas atrocidades, o mundo ficou imóvel, e assistiu”.
A agenda terrorista do Hamas
Os 100 sobreviventes do terror nazista falaram sobre suas memórias e experiências em guetos e campos de concentração, vendo as suas famílias e comunidades desaparecerem. “Isso nos obriga a levantar nossas vozes e implorar à humanidade que rejeite o ódio, a intolerância e a violência”.
Eles também apelam para que o mundo reconheça e condene a agenda terrorista do Hamas. Os sobreviventes pediram ainda que as pessoas lutem pela libertação imediata de todos os reféns – homens, mulheres, bebês e idosos.
“Acreditamos no poder da educação e da memória para prevenir que as atrocidades do passado ocorram novamente”, declararam. “Juntos, podemos lutar por um mundo onde cada indivíduo, independentemente da sua fé ou origem cultural, possa viver em paz e segurança. O antisemitismo é um dos vírus mais contagiosos e antigos.”