sexta-feira, novembro 22, 2024
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Na Sicília, primeiro hotel de Taormina tem Teatro Grego como “quintal“

No alto de uma colina, a uma curta distância do centro de Taormina, uma joia siciliana de arquitetura neoclássica descansa em meio às vistas diretas para o Mar Jônico. Com uma história que se arrasta por 150 anos, o Belmond Grand Hotel Timeo é uma personalidade da região que ajudou a impulsionar o turismo na cidade e a despertar o interesse de artistas, escritores e até da realeza.

Uma vez aqui entendemos todo este encanto. Os mais de dois hectares de jardins em terraços, a decoração siciliana barroca nos corredores, a gastronomia estrelada e a garantia de silêncio fazem do hotel uma escapada espetacular neste que é um dos destinos mais badalados da Sicília.

Não é à toa que ele angariou duas chaves Michelin logo na primeira avaliação do guia na Itália, divulgado este ano.

De imperador a Madonna

Sua inauguração se deu em 1873, mas desde a década de 1850 o aristocrata Don Francesco La Floresta alugava quartos de sua casa, logo abaixo do Teatro Antigo de Taormina, teatro grego que é ícone da cidade e elo direto com o mundo antigo. Com o passar dos anos, o local virou uma pousada e aumentou de tamanho com a compra de uma construção vizinha.

Destino de desejo entre pintores do século 19, como o alemão Otto Geleng, que dá nome ao restaurante com uma estrela Michelin do hotel, o Grand Hotel Timeo se tornou um ímã para personalidades ao longo do tempo.

A história diz que o Kaiser Guilherme 2º se hospedou aqui; o escritor D.H. Lawrence encontrou paz nos jardins para rascunhar “O Amante de Lady Chatterley” e Truman Capote escreveu várias passagens de “Bonequinha de Luxo” em sua estadia (que durou dois anos).

O Festival de Cinema de Taormina, lançado na década de 1950, fez com que o endereço virasse um ponto de encontro da dolce vita, com Elizabeth Taylor e Audrey Hepburn entre os hóspedes. Valentino, Madonna, Elton John e Bob Dylan também encontraram descanso e boa mesa por aqui.

Terraços para o mar

Hoje, o selo Belmond faz toda a diferença na operação e no cuidado com o legado do hotel. São 70 acomodações, divididas em diferentes categorias e espalhadas entre o edifício principal e a construção adjacente, a Villa Flora. As acomodações variam de 25 a quase 100 m², sendo a mais exclusiva a Floresta Suite, logo abaixo do Teatro Grego e com vistas para o Monte Etna a partir do terraço de 300 m².

Mas não se preocupe: a maior parte das suítes possui terraços próprios, que enquadram as mesmas paisagens apaixonantes. Por experiência própria, digo que eles são ótimos lugares para cafés da manhã sem pressa ou tardes tranquilas.

Piscina externa aquecida, academia e spa — com direito a cabines temporárias e tratamentos da Dior no verão — completam as amenidades. Uma passagem discreta para o Teatro Grego, logo atrás do hotel, nos leva diretamente para um dos monumentos mais impressionantes do mundo antigo.

Cartão-postal de Taormina, ele foi construído no século 3 a.C pelos gregos e passou mais tarde pelo controle dos romanos. Até hoje é palco para concertos em meio a um dos cenários mais bonitos da Itália.

Gastronomia estrelada

Como se não bastasse, a gastronomia é um dos pontos altos do hotel. São dois restaurantes principais, assim como um bar e o grill da piscina, aberto durante os meses de verão.

O restaurante assinatura é o Otto Geleng, com uma estrela Michelin e que leva o nome do pintor alemão nascido no século 19, o qual se apaixonou pelos cenários de Taormina e que retratou o Teatro Grego em suas pinceladas. O chef Roberto Toro nos leva a uma viagem pelos sabores tradicionais da Sicília por meio de toques modernos e produtos locais da mais alta qualidade.

O restaurante atende apenas 16 comensais e as melhores mesas ficam dispostas no terraço, que se abre para o mar e o Etna. São quatro menus degustação à escolha, incluindo um voltado especialmente para os peixes da costa e outro com o melhor do interior da região. Também há uma carta de vinhos que prioriza produtores locais e até uma carta específica para águas que possui até rótulo com água da calota polar.

Com vistas para a cidade, o Ristorante Timeo serve almoços e jantares, refeições marcadas também pelo zelo por produtos e tradições locais. Já o Bar Timeo é onde encontramos drinques autorais e clássicos em meio aos jardins, em que muitos dos coquetéis fazem referência ao passado do hotel — mocktails também estão na lista.

Para além do teatro e dos passeios pela cidade, o Belmond Grand Hotel Timeo ainda oferece experiências mais desenhadas e, diga-se de passagem, únicas.

Experiências únicas

Daniela Filomeno no Teatro Antigo de Taormina
Teatro Antigo é um dos bens mais bem preservados da cidade e da Sicília, que remonta ao passado grego e romano / CNN Viagem & Gastronomia

Piqueniques no gramado e saídas de barco durante o verão pelas águas e grutas da região são de praxe, mas é possível ainda percorrer as redondezas do Etna, inclusive de helicóptero; visitar uma pequena vila de pescadores próxima de Messina e terminar com um espaguete ao vôngole no almoço; ou ainda navegar até a ilha de Filicudi, a 50 km da Sicília, para um gostinho das Ilhas Eólias.

Mas não é necessário ir tão longe: por meio de translado gratuito aos hóspedes é possível usar a praia privativa do irmão Belmond Villa Sant’Andrea, na Baía de Mazzarò, também em Taormina, e descansar à beira do mar e aproveitar o clube de praia com um drinque em mãos.

Belmond Grand Hotel Timeo
Via Teatro Greco 59, 98039 Taormina, Sicília, Itália / Tel: +39 0942 6270 200 / Reservas via site.

Via CNN

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