O empresário Elon Musk, que integra o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) dos Estados Unidos, tem um novo alvo para reduzir os gastos federais: a moeda de um centavo, também conhecida como penny.
Em postagem no Twitter/X na última terça-feira, 21, o DOGE destacou que são gastos cerca de três centavos para cunhar cada penny.
“O penny custa mais de 3 centavos para ser feito e custou aos contribuintes dos EUA mais de US$ 179 milhões no ano fiscal de 2023″, escreveu o DOGE. “A Casa da Moeda produziu mais de 4,5 bilhões de centavos no ano fiscal de 2023, cerca de 40% dos 11,4 bilhões de moedas para circulação produzidas.”
Ao mostrar o alto custo do penny, o DOGE reacende um debate que já ocorre há anos, especialmente porque o custo de produção da moeda tem aumentado ao longo do tempo. Em 2016, por exemplo, o custo para cunhar cada penny era de aproximadamente 1,5 centavo, menos da metade do custo atual.
Ainda assim, os US$ 179 milhões gastos com o penny representam um valor pequeno dentro do grande objetivo do DOGE de reduzir os gastos federais. Segundo Musk, o objetivo do grupo é cortar US$ 500 bilhões dos gastos anuais do governo.
The penny costs over 3 cents to make and cost US taxpayers over $179 million in FY2023.
The Mint produced over 4.5 billion pennies in FY2023, around 40% of the 11.4 billion coins for circulation produced.
Penny (or 3 cents!) for your thoughts.
Sources:https://t.co/Y5LlrpyA62…
— Department of Government Efficiency (@DOGE) January 22, 2025
Penny na mira de Musk
No último ano, os custos do penny continuaram a subir. De acordo com o relatório anual da Casa da Moeda dos Estados Unidos de 2024, fabricar e distribuir um centavo agora custa cerca de 3,7 centavos.
Os pennies são feitos de zinco e uma fina camada de cobre. Embora o preço do zinco varie ao longo dos anos, seu custo atual por tonelada é o dobro do que era em 2016, de acordo com dados do Federal Reserve Bank (Fed).
Integrantes do governo federal já propuseram a suspensão da produção do penny em anos anteriores. Em 2015, o então secretário do Tesouro, Jacob Lew, defendeu a ideia. Alguns economistas também sugerem retirar o centavo de circulação.
No entanto, a medida poderia trazer desvantagens, já que as transações seriam arredondadas para intervalos de cinco centavos, conforme destacou o Fed. “Para compras de itens individuais ou de baixo valor, o arredondamento para cima ou para baixo poderia representar uma mudança significativa no preço”, observou.
Outros países já eliminaram suas moedas equivalentes ao penny, como o Brasil, que deixou de cunhar moedas de um centavo em 2004, e o Canadá, que seguiu o mesmo caminho em 2012.
No entanto, uma pesquisa divulgada pela rede norte-americana CBS News revelou que os consumidores pagaram cerca de 3,27 milhões de dólares canadenses a mais a cada ano por causa do arredondamento dos preços para valores maiores.
“Pode haver custos adicionais difíceis de quantificar ao usar pennies, o que reforça o argumento de sua eliminação”, argumenta o Fed. “Contar pennies para dar troco consome tempo, e como diz o velho ditado dos negócios, tempo é dinheiro.”
O DOGE pode querer mirar além do humilde penny, já que ele não é a única moeda que custa mais para ser produzida do que vale. O relatório anual da Casa da Moeda dos EUA de 2024 também apontou que fabricar e distribuir cada níquel (moeda de cinco centavos) custa cerca de 14 centavos.