sexta-feira, novembro 22, 2024
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Musk julga que Brasil é “mais fraco que seu patrimônio“ e testou limites da democracia, diz Paulo Pimenta

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, afirmou na segunda-feira (8) que Elon Musk julga que Brasil é “mais fraco que seu patrimônio” e que o dono do X (antigo Twitter) testou limites da democracia.

“Elon Musk atua na lei do mais forte, atenta contra a democracia brasileira porque julga que a nossa República é mais fraca que seu patrimônio. Aqui, descumpre resoluções do TSE, faz ataques ao ministro Alexandre de Moraes e diz que não seguirá mais determinações da Justiça. Já na Europa, segue resoluções equivalentes impostas por órgãos competentes”, disse o ministro nas redes sociais.

“A defesa da ‘liberdade de expressão’ nada mais é que um verniz para a estratégia de corroer as leis democráticas dos países que julga ‘mais fracos’. Ontem ele testou os limites da nossa democracia e falhou. O Brasil não é uma República menor, onde bilionários estrangeiros fazem o que querem. Aqui, não!”, concluiu.

Nos últimos dias, o bilionário sul-africano fez uma série de publicações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cujas medidas podem ter como desfecho a proibição do X no Brasil. Musk pede a renúncia ou impeachment de Moraes sob alegação que as exigências do magistrado para a plataforma “violam a legislação brasileira”.

No último domingo (7), Musk afirmou ainda que a empresa publicará, em breve, tudo que é exigido pelo ministro e provar como os pedidos desrespeitam a legislação do Brasil.

“Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment”, escreveu.

As falas de Musk acontecem na esteira do chamado “Twitter Files Brazil”, uma referência à divulgação de supostos documentos internos do Twitter que mostravam que os conteúdos impulsionados pela rede tinham parcialidade.

O primeiro conjunto de relatórios foi divulgado no final de 2022 pelo jornalista Matt Taibbi. Ele compartilhou e-mails internos da empresa sobre a decisão da companhia de suprimir temporariamente uma história do New York Post de 2020. As alegações nunca foram comprovadas.

Na última quarta-feira (3), o assunto voltou à tona quando o jornalista norte-americano Michael Shellenberger postou críticas a Moraes no que está sendo chamado de “Twitter Files Brazil”, composto por prints de e-mails que seriam de um ex-executivo do Twitter, em que ele teria criticado pedidos de acesso a dados de usuários da plataforma pelo Judiciário brasileiro, contrariando a política da própria rede.

O jornalista acusa o ministro de exigir que o Twitter revelasse detalhes pessoais sobre usuários que subiram hashtags que ele “não gostou”; censurar, unilateralmente, postagens de parlamentares brasileiros; e tentar transformar as políticas de moderação de conteúdo da rede social em uma arma contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Esses pedidos não são inéditos e envolvem investigações de ataques a ministros do STF, além de solicitações para conter a propagação de notícias falsas.

Segundo apuração da âncora da CNN Raquel Landim, a filial brasileira da plataforma X ainda aguarda instruções da sede nos Estados Unidos sobre como prosseguir juridicamente em relação às recentes decisões tomadas por Moraes.

Via CNN

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