domingo, julho 7, 2024
InícioCiência e tecnologiamúmia que morreu de parto tem cabeça de bebê presa na pelve

múmia que morreu de parto tem cabeça de bebê presa na pelve

Pesquisadores examinaram os restos mortais mumificados de uma jovem com idade estimada entre 14 e 17 anos do Egito Antigo, trazendo à tona uma trágica história de morte no parto. Encontrado em 1908, no cemitério El Bagawat, no Egito, a múmia passou recentemente por exames de tomografia computadorizada para descobrirem as circunstâncias precisas de sua morte.

Para surpresa da equipe, não foi encontrado apenas um feto, mas sim dois: um entre as pernas da mãe e outro na cavidade torácica. O primeiro estava sem cabeça. Os exames revelaram que essa parte do corpo do bebê ainda estava localizada na pelve da jovem, sugerindo uma possível decapitação durante o parto.



Embalsamento fez um dos fetos ir parar no tórax da múmia

Segundo os especialistas do Centro de Apoio a Museus da Instituição Smithsonian, em Nova York, EUA, é provável que a criança tenha nascido em posição pélvica, o que pode resultar na separação da cabeça do corpo durante o parto. Este tipo de nascimento pode representar complicações significativas na passagem pelo canal de parto, levando a consequências fatais tanto para a mãe quanto para os bebês.

De um lado, a tomografia computadorizada do feto sem cabeça. Do outro, os exames que apontam a existência de outro feto na caixa torácica da múmia. Crédito: Francine Margolis e David R. Hunt

Além disso, suspeita-se que os embalsamadores não tivessem conhecimento da gestação de gêmeos, deixando um dos fetos na cavidade torácica da mãe durante o processo de mumificação. Com o passar do tempo, o feto não nascido pode ter se movido para essa área à medida que a estrutura da múmia se deteriorava.

“Este exame da mãe e de seus filhos ao nascer confirma o quão perigosos eram a gravidez, o trabalho de parto e o parto, especialmente naquela época”, escrevem os autores do estudo, publicado na revista científica International Journal of Osteoarchaeology, segundo o qual os nascimentos de gêmeos eram vistos como altamente indesejáveis no Egito Antigo.

Textos antigos revelam que rituais e encantamentos eram utilizados para proteger as mulheres de gestações múltiplas, refletindo os temores e cuidados associados a essa condição naquela era distante. Um desses feitiços, encontrado em um antigo papiro conhecido como Decreto Amulético Oracular, diz “nós a manteremos a salvo de um nascimento de Hórus, de um parto irregular e de dar à luz gêmeos”.

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui