Vinte undecilhões de rublos é o valor da multa que a Rússia impôs ao Google pela acusação de bloquear conteúdos de veículos de comunicação pró-governo na plataforma YouTube. O valor corresponde a US$ 20 decilhões — o numeral 20, seguido de 33 zeros.
Até o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que a cifra é difícil de pronunciar. À agência de notícias russa TASS, ele descreveu o valor da multa como “cheio de simbolismo”.
O montante é literalmente impagável. De acordo com estimativas do canal russo RBK, os 20 undecilhões de rublos são 23 milhões de vezes toda a quantia de dinheiro existente no mundo.
Ainda em termos comparativos, a multa da Rússia ao Google supera em US$ 110 trilhões, equivalente a R$ 638,73 trilhões, na cotação desta sexta-feira, 1º, o PIB do planeta.
O Google vai pagar?
Se o mundo não tem dinheiro para quitar a dívida com o Kremlin, muito menos o Google o possui. O lucro do gigante norte-americano de tecnologia foi de US$ 307 bilhões em 2023, bem abaixo dos US$ 20 decilhões dessa última multa.
Não é a primeira multa do governo de Vladimir Putin à companhia. Em junho de 2022, por exemplo, o Google declarou falência na Rússia. À época, as dívidas eram “apenas” de 19 bilhões de rublos.
A Justiça russa tentou a estratégia de abrir processos contra a big tech em países como Espanha, Turquia, Hungria e África do Sul. Já o gigante de tecnologia briga em tribunais norte-americanos e britânicos para manter a dívida restrita ao solo russo.
O valor da multa tende a aumentar. Ele dobra a cada dia sem o pagamento do Google.
Desde 2021, o Kremlin aplica punições ao Google sob a acusação de que a companhia removeu conteúdos pró-Rússia, relacionados à Guerra da Ucrânia, do YouTube. A plataforma de vídeos ainda está disponível no país de Putin, mas há ameaças de retirada.