Rosario Murillo, mulher do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, assumiu o controle da Suprema Corte do país por meio de uma operação policial controversa.
Além de primeira-dama, Rosario também é vice-presidente da ditadura. Ortega derrubou a cúpula da Corte Suprema de Justiça (CSJ) da Nicarágua. A presidente da CSJ, Alba Luz Ramos, e a desembargadora Yadira Centeno González, da Câmara Cível da corte, foram derrubadas de seus cargos nesta semana com despejo orquestrado por policiais do regime.
O grupo de policiais foi liderado por Horacio Rocha, comissário geral reformado e assessor presidencial com posição no Ministério de Assuntos de Segurança Nacional. A intervenção política na operação foi comandada pela própria Rosario Murillo e por Néstor Moncada Lau, conselheiro de Segurança, de acordo com o jornal Gazeta do Povo.
Rosario Murillo também é porta-voz de Daniel Ortega
Rosario, que também acumula o cargo de porta-voz do marido, afastou outros líderes do Judiciário. Agora, a ditadura de Ortega controla ainda mais o Judiciário da Nicarágua.
Ortega está comandando a Nicarágua, continuadamente, desde 2007. Ele foi presidente antes, entre 1985 e 1990. Nos últimos anos, o ditador aumentou a perseguição aos opositores e aos cristãos. Às vésperas das “eleições” de 2021, Daniel Ortega prendeu cinco pré-candidatos à Presidência, acusando-os de tentativa de golpe de Estado.
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Em 24 de outubro, a ditadura extinguiu a ordem dos Frades Menores Franciscanos e outras 16 organizações ligadas à Igreja Católica e a denominações evangélicas. Outras 2 mil organizações privadas foram proibidas, incluindo sindicatos empresariais e universidades católicas.
A Nicarágua está entre os 50 países da lista mundial de perseguição aos cristãos publicada pelo Portas Abertas. A organização descreve o tipo de perseguição da Nicarágua como “paranoia ditatorial”. “Cristãos são presos e condenados arbitrariamente”, explica o Portas Abertas. “O objetivo é calar os cristãos e fazê-los perder credibilidade diante da população.”