A mulher do presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad, Asma al-Assad, pediu o divórcio dias depois de eles terem chegado à Rússia. As informações são do The Jerusalem Post, baseado em reportagens das mídias da Turquia e da Arábia Saudita.
Asma recorreu ao tribunal russo e solicitou permissão especial para deixar Moscou. Seu pedido está sendo avaliado pelas autoridades russas. Ela tem dupla nacionalidade, britânica e síria. Ela nasceu em 11 de agosto de 1975 e foi criada em Londres por pais sírios, relata a BBC. Asma se mudou para a Síria em 2000 e se casou com Assad no mesmo ano, aos 25 anos.
Embora seu pedido de asilo tenha sido aceito, a situação de Bashar al-Assad não é confortável, segundo o Post. Ele não vive como um “ex-sultão” privilegiado em solo russo. De ditador implacável em seu país, ele vive sob uma condição, em muitos aspectos, de refugiado.
Há severas restrições em torno de suas atividades. Ele não tem permissão para deixar Moscou nem para realizar atividades políticas. As autoridades russas também congelaram seus bens e valores, incluindo 270 quilos de ouro, US$ 2 bilhões e 18 apartamentos em Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, porém, negou que o país tenha retido os bens do ex-ditador e que a ex-mulher de Assad estava se divorciando.
O irmão de Bashar também está em Moscou, em situação ainda mais difícil. Seu pedido está sob análise, e ele e sua família encontram-se em prisão domiciliar na Rússia.
Conhecido por sua brutalidade, Maher foi o chefe da Quarta Divisão Blindada do Exército Sírio, uma das unidades mais poderosas e leais ao regime. Além disso, ele integrava o Comando da Guarda Republicana, responsável por proteger o governo e a elite política.
Ascensão e queda de Bashar
Na juventude, o pai deles, Hafez, antes de morrer, por causa de infarto, em 2000, preparou Bashar para sua sucessão no comando da Síria. Isso porque o preferido, Bassel, faleceu em um acidente de carro, em 1994, enquanto Bashar fazia especialização em oftalmologia em Londres.
Hafez, de acordo com a imprensa local, preferiu Bashar a Maher, porque o segundo, temperamental, tinha fama de irresponsável, por frequentar festas regadas a bebidas.
O HTS é classificado como organização terrorista pelos Estados Unido. Porém, o governo norte-americano decidiu retirar a recompensa de US$ 10 milhões pela captura do líder do HTS, Abu Mohammad al-Julani, que já afirmou buscar o entendimento no país.