O autodeclarado Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) invadiu, nesta quarta-feira, 24, as sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nas cidades de Goiânia e Porto Alegre. Os invasores tentam pressionar o governo federal a avançar com as pautas da reforma agrária.
Lucas Prates, um dos coordenadores do MST, disse em entrevista ao Jornal Opção que “não há previsão de saída”. Ele ainda afirmou que ficarão acampados até que o Incra consiga dar uma “resposta concreta” para as pautas que eles reclamam.
Já a diretora nacional do MST, Salete Carolo, disse que o grupo ficará acampado nos locais até as reivindicações serem atendidas.
“O Incra tem uma área em Ipameri (GO) e perdeu por falta de pagamento”, disse Prates. “O Incra não consegue ainda pagar o proprietário para que as áreas sejam para assentamento, e essas vidas [as famílias assentadas] estão dentro dessas áreas há mais de cinco, de sete, de dez, de 15 anos.”
Segundo informou o movimento pelas redes sociais, depois de invadir o Incra em Goiânia, a Secretária do Desenvolvimento Agrário de Goiás recebeu o grupo para uma reunião. Já em Porto Alegre, os invasores chegaram à sede do órgão com colchões e barracas.
MST causa interrupções nas atividades do Incra
Com as invasões, o MST causou interrupções temporárias nas atividades do Incra em Goiânia e Porto Alegre. Funcionários tiveram de deixar os prédios, e o órgão reforçou a segurança nos locais. O Incra ainda avalia o impacto das invasões nas rotinas das unidades.
Ao paralisar os trabalhos do Incra, os invasores atrasam a execução de projetos de reforma agrária — assunto que o MST alega ser de seu interesse —, pois esses lugares são pontos estratégicos para a execução dessas pautas.