sexta-feira, novembro 15, 2024
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MP pede suspensão de transferência de terras em Jericoacoara

O Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou a suspensão de um acordo que transferia propriedades na Vila de Jericoacoara.

O órgão enviou o pedido ao governo do Ceará, à Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE-CE) e ao Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace). O objetivo é averiguar a legalidade da transferência de terras.

O acordo em questão devolveria 4,9 hectares à empresária Iracema Correia São Tiago, que reivindica a posse de terrenos em uma área turística importante do país.

A Promotoria de Justiça de Jijoca de Jericoacoara solicitou a suspensão do acordo entre a empresária e a PGE-CE até uma investigação mais detalhada.

Investigação sobre aumento da área do imóvel em Jericoacoara

Praia na Vila de Jericoacoara: questão fundiária é incógnita no impacto para o turismo local | Foto: Governo do Ceará/Divulgação
Praia na Vila de Jericoacoara: questão fundiária é incógnita no impacto para o turismo local | Foto: Governo do Ceará/Divulgação

Apesar de o trato recente manter a maior parte das terras sob controle do Estado, que inclui áreas urbanizadas, a promotoria destacou a necessidade de investigar um aumento significativo na área do imóvel: de 441 hectares para 924 hectares. O histórico do imóvel ainda será esclarecido antes de qualquer decisão final.

Além disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontou, em um processo judicial, dúvidas sobre a titularidade do imóvel.

O ICMBio faz parte de outra ação judicial movida pela empresária sobre terras incorporadas ao Parque Nacional de Jericoacoara, que está sob administração federal.

Proposta e questionamentos sobre a posse de terras

A proposta previa que Iracema ficasse com 19 lotes, totalizando 34,7 mil m² ou 3,47 hectares. A medida corresponde a 3,94% da área da Vila de Jericoacoara.

A empresária aceitou abrir mão de mais de 90% da propriedade em troca de outras áreas ainda desocupadas, mas o acordo foi alvo de questionamentos.

O Conselho Comunitário de Jericoacoara levantou preocupações sobre a resolução do acordo, que foi suspenso por 20 dias para a realização dos procedimentos necessários.

O MP solicitou a manutenção da suspensão até uma análise completa dos documentos e procedimentos requisitados.

Informações adicionais para a investigação

Para dar suporte à investigação, o MP requisitou informações detalhadas ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Acaraú e ao Cartório de Registro de Imóveis de Jijoca de Jericoacoara, que incluem o histórico do imóvel e levantamentos topográficos pertinentes.

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Via Revista Oeste

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