O Ministério Público da Espanha recorreu da decisão da Justiça que concede a liberdade provisória de Daniel Alves, preso por estupro. O principal argumento do MP é o risco de fuga.
A defesa da vítima também recorrerá da decisão na segunda-feira, 25, segundo informações da agência de notícias EFE. Na quarta-feira, 20, a Justiça espanhola havia concedido liberdade provisória ao ex-lateral-direito mediante fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,45 milhões, na cotação atual), enquanto aguarda a sentença definitiva.
A promotoria alega que há alto risco de que Daniel tente fugir da Espanha. Já a defesa da vítima alegará que ele deve ficar na cadeia por, pelo menos, dois anos. Daniel está preso desde janeiro do ano passado, quando foi detido preventivamente.
Até o momento, Daniel não pagou a fiança, portanto, segue preso. Se pagar, ele deixará a penitenciária, mas deverá entregar os dois passaportes, visitar o tribunal toda semana e não poderá se comunicar ou chegar perto da vítima.
Daniel foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão no último dia 22 de fevereiro por ter estuprado uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona em dezembro de 2022.
Além da sentença de quatro anos e meio de prisão, a decisão previa que Daniel Alves teria liberdade supervisionada por cinco anos, após cumprir o período como detento. A juíza Isabel Delgado, da 21ª Seção de Audiência de Barcelona, também ordenou que ele ficasse afastado da mulher por nove anos e custeasse uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). Daniel também pagará as custas do processo.
A sentença considera provado que “o acusado agarrou bruscamente a denunciante, derrubou-a no chão e, impedindo-a de se mover, penetrou-a vaginalmente, apesar de a denunciante dizer que não, que queria ir embora”. E entende que “com isso se configura a ausência de consentimento, com o uso de violência e com acesso carnal”.
Em depoimento, o ex-lateral chorou, disse que tinha consumido bebida alcoólica e negou ter estuprado a jovem.
No dia 30 de dezembro de 2022, uma jovem de 23 anos viveu uma noite de “angústia e terror” na boate Sutton, na Espanha. Naquele dia, ela alega que foi estuprada pelo ex-jogador Daniel Alves.
A ação teria acontecido numa área privada da boate. Lá, a jovem estava com uma prima e uma amiga, quando foram convidadas para tomar drinks com Daniel Alves e um amigo que o acompanhava. A princípio, elas rejeitaram o convite, mas acabaram aceitando pela insistência dos dois.
Enquanto estavam juntos, Alves ficou “abraçando e se aproximando” da vítima, e chegou a pegar a mão dela e colocá-la nas partes íntimas. A jovem teria tirado a mão rapidamente e assim percebeu as reais intenções de Daniel.
Por volta das 3h20 da manhã, o ex-lateral-direito a chamou com um gesto e a trancou no banheiro, onde aconteceu o crime.
Ao dizer que não queria manter relações sexuais com o ex-atleta, a jovem começou a ser agredida por ele. A recusa causou raiva em Daniel, que agarrou a mulher pelo pescoço e deu diversos tapas nela. “Ele tentou fazer com que eu fizesse sexo oral nele. Fui me afastando, até que ele me agarrou pelo pescoço e começou a me dar tapas”, essa foi a fala da jovem durante o depoimento, divulgado pelo programa ‘Y Ahora Sonsoles’.
Segundo o MP, a vítima teria pedido várias vezes para deixar o local, mas foi impedida. Depois de toda a ação do ex-jogador, a mulher foi deixada na boate, onde desmaiou e foi até uma equipe da boate para pedir ajuda, chorando.
Daniel Alves foi preso pouco menos de um mês depois, no dia 20 de janeiro, de forma preventiva. Ele foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão no dia 22 de fevereiro.