O empresário Mario Adler morreu nesta sexta-feira, 30, em São Paulo, aos 86 anos. A causa da morte não foi informada. Adler comandou a Brinquedos Estrela por décadas e idealizou o Dia das Crianças como estratégia para aquecer o setor.
O velório e o enterro ocorreram na manhã deste sábado, 31, no Cemitério Israelita do Butantã. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) lamentou a morte.
“A Conib lamenta profundamente a morte de Mario Adler e se solidariza com a família”, diz o comunicado. Foi empresário incansável em sua atividade, líder comunitário e figura de grande destaque também na filantropia.”
Filho dos imigrantes alemães Sigfried e Lizelote Adler, fundadores da Estrela, Mario Adler deu continuidade ao negócio da família. Os pais chegaram ao Brasil em 1937, fugindo do nazismo, sem recursos.
Sigfried começou vendendo tampinhas de garrafa, mas logo começou a ajudar em uma pequena fábrica de bonecas de pano falida. A empresa, então chamada Estrella, funcionava com quatro máquinas em um sobrado sobre uma escola de samba. Depois, a Estrela se tornou a maior fabricante de brinquedos do país.
Sob a liderança de Adler, a marca lançou produtos que marcaram gerações. Depois da abertura econômica do governo Collor, a empresa enfrentou dificuldades e foi vendida ao empresário Carlos Tilkian.
Adler criou o Dia das Crianças
Adler criou o Dia das Crianças como uma ação de marketing. A intenção era reduzir a dependência do setor em relação ao Natal. O empresário chegou a considerar uma comemoração no primeiro semestre, mas recuou diante da lei que já estabelecia o 12 de outubro como o dia oficial das crianças.
A ideia ganhou força na metade dos anos 1960. No início, grandes varejistas como Mappin, Mesbla e Americanas se recusaram a dividir os custos. Mesmo sozinho, ele bancou a campanha. Com os bons resultados, o setor aderiu.

O Dia das Crianças extrapolou o setor de brinquedos e passou a impulsionar vendas em diversas áreas do varejo, como roupas, eletrônicos, calçados e celulares.
Depois de vender a Estrela, em 1993, dedicou-se à filantropia. Atuou no hospital Albert Einstein, representou a Universidade de Tel-Aviv em São Paulo e foi presidente da Congregação Israelita Paulista. Também foi diretor, doador e conselheiro da Confederação Israelita do Brasil.