A primeira mulher a assumir como juíza na Suprema Corte dos Estados Unidos (EUA), Sandra Day O’Connor, morreu aos 93 anos, nesta sexta-feira, 1º, em Phoenix, capital do Estado Norte-Americano do Arizona. Ela tinha complicações relacionadas à demência avançada e sofria com uma doença respiratória.
Sandra foi nomeada pelo presidente republicano Ronald Reagan em 1981 e permaneceu por 25 anos no cargo, até 2006. Além de juíza, também foi senadora pelo Arizona na década de 1970, tornando-se a primeira mulher a ser líder da maioria do Arizona, três anos depois de eleita.
Antes de chegar à Suprema Corte, Sandra foi eleita, em 1974, como juíza estadual. Em 1979, tornou-se magistrada de um tribunal de apelações estadual. Em 2009, recebeu do presidente democrata Barack Obama a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria civil que um presidente norte-americano pode conceder.
Sandra defendeu o aborto, mas era considerada moderada
“It had an incredible ripple effect of making opportunities become available for women,” Sandra Day O’Connor, the first woman on the Supreme Court, told Scott Pelley in 2004. The retired associate justice died today at the age of 93. pic.twitter.com/zlARbDlCUs
— 60 Minutes (@60Minutes) December 1, 2023
Sandra era conhecida por adotar posicionamentos de centro e por possuir habilidades de negociação. Ela era defensora do direito ao aborto, com base no princípio de Roe contra Wade. A colunista Ana Paula Henkel explicou esse caso em artigo publicado na Edição 119 da Revista Oeste.
“Alguns de nós, como indivíduos, achamos o aborto ofensivo aos nossos princípios mais básicos de moralidade, mas isso não pode controlar a decisão da corte”, disse Sandra, na época.
A juíza participou de diversas decisões apertadas, como o caso da recontagem de votos da Flórida na eleição presidencial de 2000. Na ocasião, ela decidiu interromper o processo que pôs o republicano George W. Bush no poder.
A magistrada se dizia defensora do diálogo e do debate. “A discordância é um sinal de que o progresso está em andamento”, escreveu, em um dos seus livros.